quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Imagine com Harry: A dor de não tê-lo (Parte 1)

A dor é algo essencial, mas você não pode baixar a cabeça e aceitá-la de bom grado.
E então Seunome correu para a rua. Ela não podia acreditar que isso realmente tinha acontecido. Harry. Harry estava dentro da casa. E ela estava pegando fogo. Ela ainda se lembrava da fumaça sufocando os seus pulmões. O calor infernal. Tudo rodando. As cinzas rodopiando pelo ar. Era o fim de tudo. Era o fim do mundo dela.

~ Você on ~


Tudo eram gritos. Dentro da minha cabeça eu apenas escutava gritos. O grito era ensurdecedor. 
Comecei a me perguntar de onde viria o grito até sentir a irritação na minha garganta que nada tinha haver com a fumaça, e percebi que eu mesma era a autora.
Eu continuava correndo aos tropeços pela rua escura enquanto alternava entre gritos de "Socorro" e outros que não faziam sentido, apenas carregados pela dor que eu sentia.
A dor que eu sentia por perder uma parte minha. Dentro daquela casa em chamas.
O que seria de mim sem Harry?
Logo comecei a escutar algo além da gritaria, parecia algo como uma sirene. Sim! Uma sirene de caminhão de bombeiros.
Parei a correria e o observei chegar até mim, quando um bombeiro desceu.
Bombeiro: A senhora está bem?
Apenas assenti tossindo.
Eu: Harry! - gritei. - Ele está dentro da casa! Salvem-o!
O bombeiro apenas assentiu. Com um gesto que não vi qual ele chamou uma enfermeira para junto a mim, e depois subiu no caminhou e seguiu em direção à casa em chamas.
Comecei a chora desesperadamente. E se não tivesse mais tempo para ele? E se não tivesse mais tempo para o Harry? E se agora ele não passasse de um pedaço orgânico carbonizado.
Enfermeira: Calma, vai ficar tudo bem. - Ela falava enquanto me conduzia até a ambulância que eu não fazia ideia de onde tinha brotado.
A sirene ainda tocava comigo lá dentro. A enfermeira me encaminhou até uma maca e, depois de muita relutância minha e por causa do choro, me ligou a um inalador.
Primeiramente senti uma ardência ainda maior em minha garganta em em meus pulmões, depois veio um alívio, finalmente conseguia respirar!
Mas enquanto a lucidez tomava conta da minha mente, a dor e a angústia em meu peito aumentavam.
E apenas uma coisa rodava em minha cabeça:
Harry, Harry, Harry.
Será que ele estava bem?
A imagem da casa em chamas, da nossa casa, em chamas voltava a assombrar minha mente. E logo um choro descontrolado voltava à minha mente. Eu torcia com todas as minhas forças apenas para que Harry estivesse bem.
Depois de um tempo indeterminado, eu não tinha mais noção de nada, a não ser da dor que me consumia, as portas da ambulância se abrem.
Eu não havia nem percebido que havíamos nos locomovido, mas o fizemos. Agora estávamos no hospital.
Tentei me levantar da maca, mas alguns enfermeiros me impediram.
Eu: Como está o Harry? - Eu gritava enquanto lutava para me soltar e as lágrimas rolavam em minha bochecha. Alguém arrumou o inalador de volta em mim.
Logo o que eu via era só claridade, depois um pique em meu braço.
Comecei a ficar tonta, mas não sabia exatamente pelo que, se pelos meus gritos, meu choro ou pelos meus pulmões que não conseguiam funcionar como deveriam, mas sei que depois a tontura foi aumentando e logo tudo escureceu.

Me acordei em um quarto de hospital. A luz incomodava os meus olhos.
Eu não fazia ideia do que eu estava fazendo ali ou como eu tinha parado ali.
Senti algo em meu nariz e percebi que era um aparelho que me ajudava a respirar. Fui movimentar meu braço direito para tocá-lo, mas senti uma dor aguda nele. Havia uma agulha cravada na dobra do antebraço. Provavelmente de um soro.
Me lembrei da vez que eu passei mal quando era pequena, provavelmente oito anos, e meus pais me levaram ao hospital. Os médicos disseram que eu ia precisar fazer um soro porque o meu organismo estava fraco. Naquela ocasião meu pai segurou a minha mão esquerda e minha mão acariciava os meus cabelos enquanto a enfermeira aplicava o soro. Me recordo de dizer que nem havia doído.
Mal acabo de ter essa lembrança e uma dor insuportável toma conta de minha cabeça.
Dou uma exclamação de dor e noto um enfermeiro seguindo em minha direção.
Então de pouco a pouco, enquanto ele termina o trajeto, me recordo do porquê de eu estar ali.
Eu: Como ele está? - Pergunto com a voz engasgada enquanto lágrimas já tapam a minha visão. - Como Harry está? - Gritei dessa vez enquanto tentava me levantar.
Enfermeiro: É bom a senhorita se manter deitada.
A palavra senhorita me deixou incomodada.
Eu era uma senhorita antes de conhecer Harry. Depois disso virei senhora, Senhora Styles.
Apenas balancei a cabeça em discordância.
Eu: Eu preciso saber como ele está.
Enfermeiro: A senhorita fica aqui enquanto eu vou me informar. Qual o nome dele?
Eu: Harry, Harry Styles.
Ele assentiu.
Enfermeiro: Você fica aqui, certo? Quietinha. Logo eu volto. - Ele disse com um sorriso.
Apenas assenti engolindo em seco. Me recostei novamente na cama.
Enquanto me recuperava do choque que as minhas lembranças haviam me causado, sentia uma ardência cada vez maior em meu braço esquerdo.
Resolvi olhá-lo e me espantei.
Havia um enorme curativo manchado tanto com sangue quanto com algo amarelado. Característico de uma queimadura grave.
Me lembrei de quando eu corria para a rua, enquanto tentava abrir a porta dos fundos. Provavelmente tinha sido nessa hora.
Engoli em seco e senti um nó em minha garganta.
E Harry?
Eu não tinha pensado em voltar. Eu sabia que não conseguiria salvá-lo sozinha. Saí em busca de ajuda, e bem, eu achei.
Mas começava a me arrepender. 
Se ao invés de seguir até a porta dos fundos eu tivesse subido as escadas e me encaminhado até o nosso quarto? Será que não estaríamos os dois juntos?
Se não nesse hospital, estaríamos pelo menos... no mesmo necrotério.
O nó na minha garganta aumentou, mas tentei parar com o meu choro desencabido. Eu precisava estar bem, até... até vê-lo novamente.
Comecei a imaginar que o enfermeiro estava demorando demais. Fazia mais de vinte minutos que ele havia saído para se informar sobre Harry.
Balancei a cabeça me recordando de que o hospital era enorme, esse era o provável motivo da demora.
Depois de quarenta minutos comecei a me preocupar. Por que o enfermeiro não voltava?
Pensei que poderia ser por causa de uma emergência.
Cinquenta minutos. Comecei a ficar preocupada pra valer, quando o enfermeiro passa pela porta com uma expressão totalmente diferente. O seu sorriso havia sumido.
Tentava me preparar para o pior, mas não conseguia. Harry não poderia ter morrido. Não haveria como existir um mundo sem Harry Styles.
Eu: Conseguiu descobrir alguma coisa? - Perguntei com uma voz esperançosa. Ele assentiu. - Ele está vivo?
Enfermeiro: Sim. Mas o quadro dele é grave.
O meu mundo parecia desabar sobre mim. Tudo sobre o que eu conseguia era me lembrar de seus olhos verdes e intensos, seu sorriso travesso... Uma dor tomou conta do meu coração.
Me lembrei do dia em que nos conhecemos... Da nossa primeira ficada, como rimos muito no dia seguinte enquanto dividíamos o nosso café da manhã... Do dia em que ele me pediu em namoro, umas duas semanas depois... Do dia quando me pediu em casamento, dois meses depois de estarmos namorando, de todos o chamarem de louco, mas de eu sentir o mesmo, nos amávamos muito, o que mais era necessário?
Do dia do nosso casamento, cinco meses depois, de quando... quando juramos amor eterno, por toda a vida...
As lágrimas voltaram com toda a intensidade. Eu não conseguiria viver se Harry, sem seus olhinhos verdes me encarando, seu sorriso malicioso que sempre me encarava quando estávamos a sós em casa, sem sua risada, seu toque...
Eu não viveria sem Harry Styles!

Choose the Perfect Love - Capítulo 14


Zayn suspirou.
__ É um caso perdido. - Disse balançando a cabeça.


~ Você on ~

__ Você vai me explicar direitinho o que esta rolando, exatamente, entre você e Zayn Malik! - Chris exclamou assim que a porta atrás de nós se fechou. Depois do Malik ter nos deixado em casa.
__ Do que você está falando? - Perguntei.
__ Ah, para! Posso não ser tão observadora quanto Shana, mas isso é só mais uma prova de como é impossível não perceber.
__ Não perceber o quê? - Perguntei impaciente.
__ Que existe algo entre vocês.
Eu não esperava pelas palavras dela. Chris me pegou de surpresa.
__ Somos amigos. - Falei normal, em uma voz remota, como se estivesse repetindo pela quinquagésima vez no dia.
__ Amigos? Desde quando? Seunome, há duas semanas você torcia a cara quando Maya começava a falar dele, dizendo que ele não era o que ela imaginava, e agora vocês são amigos? Assim, de uma hora para a outra?
__ Não foi de uma hora para outra. - Me defendi. - Muita coisa que você não sabe aconteceu.
Chris fez aquela cara de quem está começando a entender.
__ Maya vai te matar.
Não entendi o que ela quis dizer.
__ Como?
__ Quando a Maya descobrir, ela vai te matar. - Chris respondeu.
__ Maya sabe sobre os trabalhos de história. - Falei ainda sem entender aonde Chris queria chegar.
__ Mas ela sabe que são íntimos a ponto de o Malik oferecer uma carona a você sem pensar duas vezes, que você aceita caronas dele sem pensar duas vezes? Que trocam olhares?
__ Chris, somos amigos! - Exclamei exasperada.
__ Maya sabe dessa "amizade" pelo menos? - Chris pergunta descrente.
__ Ela tem uma ideia. - Respondo ainda na defensiva.
Chris balança a cabeça.
__ Desde quando? Desde quando estão próximos?
__ Desde o trabalho de história. Ficamos amigos ao descobrirmos que tínhamos gostos em comum. - Menti. Não foi assim. - Descobri que ele não era exatamente como eu imaginava. - Essa parte não era mentira.
Chris assentiu.
__ Desculpa por ter te acusado. Não sei o que passou pela minha cabeça. Você nunca faria algo assim com Maya. Me desculpe.
Balancei a cabeça.
__ Você não tem nada do que se desculpar.

Devia fazer quase meia hora que Chris havia ido embora, eu estava em frente à televisão assistindo à uma série qual adorava, quando meu celular toca. Fico feliz ao enxergar o nome de Niall no visor.
Atendi.
__ Oi! - Falei sorrindo.
__ Oi, Seunome, tudo bem?
__ Sim, e você?
__ Com saudades.
Balancei a cabeça.
__ Nos vimos ontem.
__ Passou muito tempo para mim.
Senti minhas bochechas ruborizarem.
__ Nos veremos amanhã Niall, não tem o porquê.
__ Você que pensa, estava me controlando para não te acordar no meio da madrugada só para ouvir a sua voz. - Eu ouço uma risada dele. - Mas não pude me controlar para não ligar hoje, eu sabia que não teria como.
Um aperto inexplicável se instalou em meu peito.
__ Te vejo amanhã Niall. - Falei com a voz mais doce que já fiz em minha vida.
__ Até. - Ele respondeu sorrindo.
Quando Niall desligou fiquei estática.
Percebi agora o quanto ele realmente gosta de mim, e por mais que eu tenha adorado o seu beijo, e todo o tempo que passei ao seu lado, não sei se posso retribuir tudo na mesma magnitude.
E pior, talvez posso magoá-lo ao não ser capaz de pronunciar aquelas três e simples palavrinhas, as que nunca pude...
Niall é bom demais para ser mais uma das minhas vítimas, já sofreu demais nessa vida. Não posso fazer isso com ele, mesmo que não seja a minha intenção, sei que isso vai acabar mal se eu seguir em frente.
Engulo em seco ao pensar que ele pode ter o mesmo destino de Maicon.
Me lembro do encontro de ontem, e de suas palavras:
__ Tá, eu sei que sou linda. - Falei tentando quebrar o clima constrangedor que se mantinha dentro de mim. - Mas qual o nosso destino?
__ Ficarmos juntos, eu diria. Namorarmos também é uma boa escolha. - Ele disse de forma profunda e séria. Depois retornou à brincadeira com um sorriso e uma levantada de sobrancelha.
Me lembro de como havia me sentido sem jeito, principalmente ao notar a veracidade daquelas palavras, na versão dele.
Eu não tinha identificado o porque de eu ter me sentido tão mal naquele momento. Mas agora eu entendia. Niall teria o mesmo destino de Maicon se eu deixasse isso continuar. E eu não podia deixar.
Niall não merecia isso.
Não que Maicon merecesse, mas não tinha nada que eu pudesse fazer por ele agora.
Já quanto ao Niall, eu deveria.
E eu estava decidida novamente. Embora fosse boa a sensação de ser amada, que Niall me transmitia, essa brincadeira deveria acabar. Não posso brincar com os sentimentos dele. Simplesmente não posso.

À noite meus pais voltaram. Ficamos jogando conversa fora enquanto eles me contavam como havia sido a viagem.


~segunda-feira~
Cheguei na escola e antes que eu visse Niall já estava ao meu lado.
__ E aí? - Disse sorrindo para ele.
__ Tudo bem, claro, se eu ignorar o fato que estava morrendo só para te ver de novo.
Sorri e baixei a cabeça, por apenas um segundo. Depois a levantei de novo.
__ Eu e meu amigo Louis estávamos combinando um encontro duplo, você topa? Ele vai levar a namorada dele, e bem, eu levo você.
__ Claro! - Falei antes de poder segurar minha língua.
Niall saiu todo contente e antes que eu percebesse Maya já tinha tomado o seu lugar.
__ As coisas estão indo bem, hein? - Ela disse me dando um susto.
__ Quer me matar do coração? - Perguntei com a mão no peito.
__ Parece que alguém já está fazendo isso por mim. - Ela diz com um sorrisinho malandro nos lábios, me cutucando enquanto assistimos ao Niall caminhando em direção ao armário dele.
__ E aí! - Diz Shana chegando perto de nós e sorrindo. - Perdi algo?
__ Só Seunome e Niall... - Maya fala de forma maliciosa.
Shana troca um rápido olhar comigo para confirmar. Sorrio para ela em resposta.
Chris se junta a nós enquanto estamos já a caminho da sala de aula.
Chris me manda um olhar sério, não sorri nem diz nada. Shana estreita os olhos ao perceber.

__ Tenho academia hoje. - Diz Maya com uma carinha triste.
__ Nos encontramos mais tarde! - Digo sorrindo para ela enquanto nos despedimos na escola.
Quando Maya some de vista, os olhares de Shana e Chris passam a me encarar.
__ O que foi? - Pergunto fingindo desentendimento.
__ Vamos. - Shana diz séria.
As duas me seguiram até em casa, provavelmente pensaram que assim não tinha com eu fugir.
Quando chegamos Shana é a primeira a falar.
__ O que está rolando? - Shana pergunta.
__ Eu que pergunto isso. - Respondo. - O que está rolando? Vocês duas invadiram a minha casa e estão agindo estranhamente.
__ Estamos agindo assim porque eu sei sobre o Zayn e acho que a Shana desconfia. - Chris solta em uma só golfada de ar. - Nos deve uma explicação.
Foi inevitável não notar a surpresa no rosto de Shana enquanto ela balançava a cabeça.
__ Você não fez isso. - Ela respondeu.
__ Não fiz! - Exclamei alto. - Nunca faria.
__ Então me explica o que Chris acabou de dizer! - Shana rebateu.
__ Ele ajudou a mim e a Chris ontem a achar o Maicon.
Shana olhou em direção a Chris que assentiu.
__ Não aconteceu nada, ontem. Mas se você visse o quão íntimos os dois são juntos! - Chris exclamou.
__ Eu já vi. - Shana respondeu e as duas voltaram a me encarar.
__ Somos amigos! - Exclamei exasperada. - Não posso mais ter amigos agora?
__ Há duas semanas você nem olhava na cara dele! - Shana contrapôs.
__ Viu?! - Chris sobressaltou com sua voz.
Suspirei.
__ Eu estava errada em relação a ele. Pensei que você já tivesse entendido essa parte Chris! - Rebati.
__ Eu pensei que tinha até ver hoje. - Ela respondeu.
__ Ver hoje o quê? - Perguntei irritada.
__ O jeito que ele olhava para você! - Chris gritou.
Um longo silêncio se seguiu enquanto eu as mirava incrédula.
__ Como? - Perguntei baixo.
Shana olhou para mim como se não estivesse acreditando.
__ Seunome, você nunca notou? Quer dizer, é meio difícil não notar. Ele está sempre olhando para você. Maya só não percebeu ainda porque está sempre olhando para ele, e não olhando para onde ele olha. Quando ela resolver fazer isso você vai estar ferrada. - Shana explicou.
Balancei a cabeça ainda incrédula.
Shana e Chris se entreolharam.
__ Seunome, nós achamos que ele gosta de você.
A campainha toca.
Tenho um sobressalto e me encaminho para abri-lá.
Para piorar a minha situação lá está ele. Malik, com alguns livros e cadernos na mão, com o seu sorriso torto já costumeiro.
__ Posso entrar? - Ele me pergunta com as sobrancelhas arqueadas enquanto Chris e Shana surgem atrás de mim.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Imagine Interativo 1 - Parte 3/3

Imagine 1D 3/3
~ Você on ~
Você: Por favor, não conta nada, mas... o que eu falei sobre é verdade. - Eu não ia entregar o meu melhor amigo. - Mas sobre a parte de eu estar tentando ajudar... bem, eu menti.
Jade: Eu percebi. O que foi?
Jade me pareceu muito preocupada e ansiosa em saber a verdade, que eu até desconfiei.
Você: Por que tanto interesse Jade?
Jade: Ora... Ora por que? Hein ? Somos amigas, eu te contei sobre mim, e eu te conheço, então me fala também.
Cerrei os olhos. Se Jade me conhecia eu também a conhecia, e muito bem por sinal. Ela estava escondendo alguma coisa... Desconversando. Gaguejando. Aí tinha, e eu ia descobrir o por que de toda essa fissura.
Você: Se você me conhece sabe então qual é a verdade.
Jade: Não sei. - Ela falou e balançou a cabeça. - Por que você está agindo de forma tão infantil?
Você: Você é que está sendo infantil!
Jade: Só... me fala a verdade. - Ela pediu com jeitinho enquanto se sentava na cama de Joe.
Suspirei.
Você: Eu contaria pra você a mesma coisa que você me contou hoje.
Jade: Como assim? - Ela perguntou enrugando a testa.
Você: Uma das coisas que eu falei que era mentira hoje, na verdade é verdade mesmo. Mas não tem nada a ver com . - Acrescentei rápido.
Jade: Que? - Perguntou sem entender.
Você: Isso mesmo.
Jade: Isso mesmo o que?
Você: Vamos deixar assim então! Tudo certo. Agora eu vou ter que ir Jade, prometi ao meu pai que eu ia estudar. - Terminei de falar e virei as costas.
Estava já descendo as escadas quando vi Jade me seguindo. Pelo jeito os garotos ainda estavam na cozinha, quem sabe tendo uma conversa bem parecida com a que eu tive lá em cima com Jade.
Jade: Mas você não estuda ! Não tente me enganar!
Espiei para dentro da cozinha e lá estavam os garotos, deu um breve "Tchau!" e saí.
Passei por Jade e disse "tchau, nos vemos amanhã" e depois saí da casa de Joe e rumei para a minha.

~ Narrador on ~
Já haviam se passado três semanas.
, o garoto de olhos , tinha novos amigos agora, e fazia parte de todas as brincadeiras deles.
Ele ainda não tinha superado o seu amor, ainda gostava bastante de .
Jade também tinha um amor, mas talvez ela não estivesse mais tão certa.
ainda caía de amores pela garota de mechas roxas.
Joe também tinha uma paixão, uma paixão que não podia contar para ninguém.
E ... Bem, se sentia cada vez mais apaixonada pelo primeiro garoto já citado. O sorriso branco... o jeito gentil até mesmo quando aprontava, o que vinha fazendo bastante seguido ultimamente... os olhos ... Ah! Os olhos!
Tudo isso a fazia estar ainda mais apaixonada!
Quando voltaram para as aulas, logo depois da suspensão, Jade e tiveram que cumprir as horas de detenção com a Sra. , e como imaginara, a professora passara muitas lições e exercícios, e textos... e etc. Encheu as duas de tarefas. 
Mas, numa outra detenção que as meninas pegaram, a Sra. recebeu outro telefonema misterioso, e saiu para atender. E, imaginando como são curiosas, Jade e saíram atrás para descobrirem quem era... quem era o tal amante secreto da Sra. , que tinham descoberto a existência na detenção passada, quando a professora havia saído para atender a outro telefonema.
Escondidas, e pé por pé, as duas seguiram a professora pelo corredor até uma sala vazia, onde a tal entrou e fechou a porta. e Jade espiaram a cena pelo vidro da porta e... Não podia ser!
Não era verdade! 
A Sra. estava aos beijos com um garoto, com um garoto que as duas conheciam muito bem, e quem era amigo delas: Joe.
Joe estava beijando a Sra. , e não parecia ser a primeira vez.
e Jade se olharam boquiabertas. Não sabiam nem o que dizer.
Ouviram a voz da professora dizer que teria que voltar para cumprir a detenção das alunas, e ouviram Joe dizer para ela maneirar.
As duas voltaram correndo para a sala de aula em que cumpriam a detenção.
"Dá para acreditar" Jade sussurrou. "Não, não creio!" Sussurrou em resposta balançando a cabeça.
E logo depois voltou a Sra. .
Ao final da detenção, as garotas se encaminharam para a casa de . Iriam discutir o que fariam com a nova descoberta.
"Contamos para alguém?" perguntou a garota de cabelos roxos. "Está louca! Pra quem contaríamos, para o diretor?" retrucou a outra sarcástica.
"O que faremos então?" perguntou a primeira.
"Temos que tirar essa história a limpo!" respondeu a segunda. E assim fizeram. Partiram para a casa de Joe, mas quando chegaram lá não tinha ninguém em casa. Os pais do garoto, como sempre, estavam ausentes. E o garoto também não se fazia presente.
As duas resolveram então aguardar a chegada do garoto.
Jade pensava em quão pouco estava sabendo da vida dos amigos ultimamente. até hoje não havia respondido às perguntas da amiga daquele dia em que entrara para o grupo. , ela não sabia nem quem era a tal va... garota misteriosa que o amigo estava interessado.
E agora Joe, seu melhor amigo. Ela tinha acabado de descobrir que ele mantinha um romance escondido com a professora de 36 anos.
Joe demorou a voltar, e quando voltou já se passavam das dez horas da noite, e as duas garotas ainda o aguardavam à frente da casa.
Joe se aproximou com um sorriso bobo estampado no rosto e, ao notar as garotas sentadas à frente da porta da sua casa, disse um "oi" meio sem jeito.
"Onde você estava?" perguntou Jade.
"Dei uma saída" o garoto respondeu.
"E nem nos chamou para ir junto?" perguntou levantando uma sobrancelha sugestivamente. "Estava fazendo algo de que não podemos saber?" continuou a garota.
"Não... só saí para dar uma volta." o garoto se enrolou para responder.
"É? Onde você foi?" perguntou Jade com a mesma expressão de , até um tanto debochada.
"Já disse. Dei uma volta." o garoto respondeu sem graça.
Jade e trocaram olhares debochados, e depois com o mesmo tom, continuou olhando para Joe. "Olha o que temos, acho que ele estava com uma garota Jade", se levantou e chegou perto do amigo, respirou o perfume e constatou. "Sem dúvida, perfume doce.".
Jade franziu a testa de forma ensaiada e se juntou à amiga. "Doce?" se aproximou e sentiu o cheiro."Argh!" Falou fazendo uma careta. "Que mal gosto!"
perguntou para Jade, mas sem tirar os olhos de Joe: "Você conhece alguém que use essa fragrância, Jade? É que..." a garota cheirou mais uma vez o amigo. "Me parece familiar."
"Familiar?" perguntou a garota dos cabelos roxos. "Me deixe ver" esta também sentiu o aroma e se virou para a amiga com a testa novamente franzida de forma ensaiada. "É, me parece familiar também. alguma garota que conhecemos usa essa fragrância?"
franziu a testa da mesma forma. "Não, não me lembro de ninguém que tenha esse cheiro, quer dizer, nenhuma garota, tipo, da nossa idade."
"Vocês estão estranhas" falou o garoto se afastando das amigas e se encaminhando para dentro de casa. Disfarçadamente, enquanto abria a porta, o garoto cheirou-se para constatar se realmente estava com cheiro de mulher...
Ele até poderia pensar que passara despercebido, mas as amigas viram. As duas meninas trocaram olhares significativos.
"Nós sabemos" falou de forma intimidadora que deixou o garoto nervoso.
"E você nos deve uma explicação." Jade completou.
"Sabem do que?" o garoto falou ainda mais nervoso "Não faço ideia do que estão falando."
"Mentiroso!" Acusou Jade. Depois disso a garota abriu a porta, coisa que o garoto estava tendo dificuldade para fazer, e entrou dentro da casa seguida de perto por .
"O que aconteceu com vocês?" ele falou tentando disfarçar enquanto entrava dentro de casa e fechava a porta.
"Nada, nada com a gente, né Jade?" falou se atirando em cima do sofá. A amiga concordou batendo de ombros. " Por quê? Tem alguma coisa errada com você, Joe?" a garota falou franzindo a testa. "Você nos contaria se estivesse tendo um caso, não?"  Jade completou.
"Que isso! Vocês estão viajando" o garoto respondeu desconfortável.
"É, estamos viajando. Acho até que estamos chapadas, né Jade?" a garota continuou. "Estamos imaginando coisas e romances proibidos"
"Você não tem nada para nos contar não?" tornou Jade.
"Vocês estão me assustando, o que andam tomando?" Joe tentou falar com humor.
"Sabe o que nos assusta Joe? Saber que não podemos confiar nos nossos próprios amigos ou professores, não é não Jade?" falou também de forma intimidadora.
"Ah! E que são duas caras também! Tipo o "arruaceiro" e o acolhedor de almas deprimidas e velhas"
"É sério, vocês estão me dando medo!" Joe falou assustado.
"Você está com medo?" falou enquanto se aproximava do amigo e lhe descobria um chupão no pescoço. "Mas disso você não tem medo, não é mesmo? Nem de rodar em provas de matemática".
O garoto arregalou os olhos ao perceber que tinha sido pego.
"Há quanto tempo, hein? Há quanto tempo você tem se encontrado com a coroa?" Jade perguntou de forma perigosa.
"Eu... ah... não sei do que estão falando." Joe gaguejou.
"Você sabe muito bem!" acusou. " Nós vimos vocês dois, era com ela que você estava, não era não Joe?"
"Vocês estão viajando legal!" Joe falou enquanto tentava se afastar.
"Era por isso que você andava tão sentimental ultimamente, dizendo que e tinham que se assumir e coisa e tal. Acha que não reparamos, é Joe? Nós não somos tontas, nós percebemos quando alguém está escondendo algo, e descobrimos o seu segredo cabeludo"
"O segredo seu e da professora ." continuou .
Joe quase perdeu o ar.
"Não adianta nem tentar negar, temos provas e podemos mostrar para você se quiser." Jade tornou intimidadora.
"Como... como vocês descobriram?" Joe perguntou suando frio.
"Não seja burro! Não somos ignorantes nem nada do gênero. Na escola, Joe? Na escola? Que desmoralização dos valores públicos!" Jade exclamou fingindo reprovação.
"Não me admira que você sempre saía de bom-humor das detenções chatas, o que pelo menos eram para ser. Você sabe aproveitar muito bem o seu tempo, não é mesmo?"
"Qual o problema?" Joe perguntou desesperado, com o rosto vermelho.
"Qual o problema?! Como assim qual o problema, Joe? O problema é que ela é a pior pessoa que conhecemos! Ela é sua professora e tem idade para ser sua mãe!" Jade falou irritada.
"Vocês não acreditam no amor não?" Joe falou exasperado.
"O amor é só uma ilusão. Nunca dá certo. Não existem finais felizes, se é o que você pensa!" Falou .
Joe e Jade a olharam com uma cara estranha. Provavelmente não faziam ideia de onde ela tinha tirado aquilo. Mas logo Jade se recompôs em sua forma intimidadora novamente. Ela sabia que na hora que ela falou sobre e a garota também se controlara para não falar que aquilo era um absurdo e tudo o mais.
"Isso tudo é ridículo!" Joe falou exasperado. "Esse teatrinho todo de vocês! O que vocês estão pensando que eu vou fazer? Terminar com ela?"
"Era o que devia!" Jade respondeu de forma perigosa.
"E por que?" Joe perguntou quase chorando.
"Porque isso não é certo Joe!" falou mudando sua expressão de forma caridosa. "Você sabe que isso nem ao menos é legal? É proibido"
Joe balançou a cabeça e olhou para as mãos.
"Eu sei... mas... eu a amo."
As palavras do garoto surpreenderam as garotas.
"Você o quê?" Jade perguntou com o queixo caído.
Mas o garoto não responde, o telefone de toca.
"Eu não vou atender" ela diz deixando bem claro que enquanto o amigo não se explicasse, ela não ia ser interrompida.
Joe suspira e explica tudo para as meninas. Ele vinha se encontrando com a Sra. logo que as garotas entraram em suspensão, depois que Jade  lhe contara que ela era viúva.
Joe chegou para uma detenção e lá estava ela, chorando com o celular na mão. Joe tentou confortá-la e conheceu-a melhor. Fez de tudo para ganhar uma detenção no dia seguinte só para vê-la novamente. No terceiro encontro rolou o primeiro beijo e depois disso o primeiro encontro fora da escola.
Durante essa parte o telefone de tocou mais uma vez, o de Joe também, mas as garotas não o deixaram atender.
As duas meninas aconselharam o garoto a terminar o caso com a professora, não apenas por motivos pessoais, as duas a odiavam, mas por ele mesmo. "Puxa vida Joe! Ela é 19 anos mais velha que você!" Jade chegou a exclamar.
Mas a campainha toca, repetidamente e desesperadamente.
Jade se encaminha para abrir e irrompe menos de dois segundos depois dentro da sala.
"O que tem com celulares de vocês?" Ele pergunta rápido.
"Ahn nada..." Jade começa a se explicar meio sem jeito, mas a interrompe: " Não temos tempo para explicações, sofreu um acidente! Vocês vêm ou não?" ele disse e já saiu para a rua de novo. As duas garotas se entreolharam e trocaram olhares culpados antes de saírem correndo para fora.
foi no banco carona da frente e Jade e Joe atrás.
"Como foi?" pergunta preocupada.
"Parece que ele estava perambulando sozinho durante a noite e um carro pechou nele."
"Ah!" a boca de abriu. Ela sabia o que tinha feito sair para perambular, ela o conhecia muito bem. E o motivo estava sentado no banco detrás do carro.
"E como ele está?" Jade perguntou com os olhos arregalados e bastante, desesperada, digamos.
"Não sei ainda." falou e meteu o pé na tábua.
Os quatro chegaram no hospital aos trambolhos, na correria, e Jade e tentavam disfarçar os olhos vermelhos.
As pessoas que estavam lá olhavam apavoradas para a cena: O que um grupo de adolescentes barulhentos faziam quase às duas horas da manhã em um hospital?
, o mais centrado do grupo, se encaminhou até o balcão para pedir informações, e , no papel de melhor amiga, o seguiu.
"Ainda não temos notícias" a recepcionista respondeu.
"E os pais dele?" perguntou.
"Estão aguardando na saída do bloco cirúrgico" a mulher respondeu.
"Podemos ir?" perguntou esperançosa.
"Não, apenas familiares" ela falou correndo os olhos pelos dois adolescentes a sua frente.
começou a implorar já com os olhos cheios d'água e a guiou para um banco próximo, na esquina do corredor.
"Se acalma!" disse para a garota sentando-se ao seu lado e secando uma lágrima que escorria do rosto da garota.
"Ele é o meu melhor amigo e eu não sei como ele está!" a menina disse chorosa.
O garoto apenas a abraçou enquanto a garota deixava as lágrimas fluírem.
"Eu não acredito que a garota mais durona que eu conheço está chorando agora, sem nem ao menos tentar algo para burlar a segurança" o garoto disse brincando tentando animá-la.
"Como assim?" A menina perguntou confusa enquanto levantava a cabeça.
Ele sorriu com o resultado.
Explicou o seu plano enquanto afagava o cabelo da garota.
Mandaram uma mensagem para Jade e Joe explicando o plano e logo o colocaram em ação. Não era muito difícil.
Como o banco em que estavam estava denominadamente longe da recepção, pediram para que Joe e Jade tentassem pegar alguns crachás de visitantes o mais despercebidamente possível.
Quando os dois chegaram com os crachás os quatro pegaram o elevador mais próximo o mais rápido que puderam.
Procuraram o bloco cirúrgico e logo o encontraram.
Lá estavam eles, os pais de , à frente de uma porta dupla, com olhos vermelhos enquanto o Sr. consolava a Sra. .
Ao verem os garotos lá, a mãe de se encaminhou até e as duas se abraçaram. acabou deixando escapar algumas lágrimas junto com a Sra. .
"Como ele está?" perguntou.
"Os médicos falaram que não era muita coisa, mas pediram para nós rezarmos. Não nos deram muitos detalhes."
Logo os amigos resolveram deixar os pais sozinhos e foram para um canto mais afastado.
Passado algum tempo, mais de uma hora, surge um médico.
Os garotos se aproximaram mais e pegaram o relato.
"Ele está bem, correu tudo bem na cirurgia. Ele só vai ficar mais algumas horas na sala de recuperação e logo ele já vai poder ir para o quarto."
O Sr. e a Sra. se abraçaram e logo saíram apressados para organizarem a baixa de .
 E a reação de ?
Ela e se abraçaram imediatamente com suspiros de alívio e algumas lágrimas nos olhos. Um abraço apertado e confortador de quem diz: "Agora está tudo bem".
Os outros dois amigos observaram a cena um tanto curiosos, mas não estavam muito diferentes.
Quando e se separaram, olharam intensamente um nos olhos do outro.
Durante estas últimas três semanas haviam ficado bem próximos, se tornado amigos. Conversaram bastante, se conheceram melhor. O abraço de era aconchegante para . E o olhar dele, era simplesmente tão caloroso e tão... tão brilhante. E aqueles olhos? Aqueles olhos simplesmente a deixavam sem ar.

~Você on~
estava ali. Parado à minha frente, me olhando intensamente nos olhos e com as mãos nas minhas costas.
Eu não sabia bem o que pensar. Durante o tempo que ficamos mais próximos, meu... amor? Seria essa a palavra certa?, por ele cresceu bastante.
A cada dia que o conheço melhor, meu coração bate mais forte quando o vejo.
Talvez eu esteja paranoica, inventando coisas, mas quando olho bem fundo nos olhos dele... eu simplesmente o quero e nada mais.
E ele, ele me olhava tão profundamente, me fazendo perder o senso do real e da fantasia que... eu perdia os sentidos.
Lentamente ele aproximou o rosto do meu, deslizou sua mão até a minha nuca e encontrou meus lábios com a sua boca.
Fez uma leve pressão e logo estávamos nos beijando apaixonadamente.
Não me importei com mais nada, agora era apenas e eu.
Depois de algum tempo, não sei quanto porque perdi a noção, nos separamos.
ainda sorria com os olhos fechados e eu não pude evitar sorrir também.
: Sabe quanto tempo espero por esse beijo? - Ele me perguntou ainda com os olhos fechados e um sorriso bobo no rosto.
Você: Você não faz ideia do quanto tempo eu imagino isso.
Ele abriu os olhos e me mirou profundamente.
: Então você vai me dizer que também passou noites e noites imaginado como seria estar comigo? Não creio. - Ele falou brincando com um sorriso enorme no rosto.
Você: Você não faz ideia de quantas!
Ele sorriu mais ainda, como se isso fosse possível e me abraçou bem apertado, como se não estivéssemos perto o bastante. O abracei tão forte como pude também, não queria mais me separar daquele abraço até que senti a presença de duas pessoas atrás de nós.
Relutantemente me separei de para mirar Joe e Jade que nos olhavam confusos e reprovadores, principalmente Jade.
Joe: O que é isso aqui?
Jade: Que palhaçada é essa? - Jade perguntou irritada. 
Você: Eu... ah... é que... - gaguejei.
: Não vejo nenhum palhaço por aqui. - me salvou. - Só estamos felizes porque está bem.
Jade: Você é o palhaço! Ou melhor, eu sou! - Jade me olhou com dor nos olhos. - Como pôde fazer isso comigo? - Ela perguntou já com água nos olhos e saiu.
Saí detrás de Jade sem nem pensar antes.
A encontrei dentro de uma sala de produtos de limpeza.
Você: Jade?
Jade: Não fale comigo. - Ela falou agachada em um canto.
Você: Jade... me desculpe... mas é que...
Jade: Você esperou ver que o está bem para cravar a faca nas costas dele, não é mesmo?
Você: Do que você está falando? - perguntei confusa.
Jade se levantou e apontou um dedo para mim.
Jade: Você está só brincando com ele, não é mesmo? Com os dois! Como você pode ser assim? E ainda me mete no meio da sua encrenca.
Você: Eu não estou entendendo.
Jade: Não se faça de desentendida! Você sabe exatamente do que eu estou falando ! Você está com o e finge que não e depois vem e beija o aqui, na frente de todo mundo!
Balancei minha cabeça.
Você: Eu já disse que comigo e com o é só amizade, foi você e o Joe que inventaram essa história absurda.
Jade: Então... é verdade mesmo? - Jade perguntou confusa ou sarcástica, não pude identificar direito. - Eu não consigo acreditar em você! Você sabia que eu gostava dele e mesmo assim o beijou.
Você: Eu também! - Confessei exasperada e ela me olhou surpresa. - Eu também. Aquele dia na casa do Joe era isso que eu estava escondendo.
Jade balanço a cabeça como se não estivesse entendendo.
Jade: Você é tão... tão... tão vadia! - Ela falou e eu me surpreendi com suas palavras. - Você tem tirado tudo de mim ultimamente, sabia? ... ... - Ela parou imediatamente assim que pronunciou a última palavra. Minha boca formou um "o".
Eu tinha entendido bem? Jade estava brava comigo porque eu "tirei o dela"?
Você: Como é que é? - Perguntei já com um sorriso um tanto malicioso no rosto.
Jade: Nada! - Falou tentando fingir braveza. Depois ela fez um "ham" e saiu do armário. Eu a segui e acabamos voltando para onde estavam Joe e . Ela sabia que eu não falaria nada disso na frente deles.
Acabamos que ficamos nós quatro, sentados em um banco de hospital durante uns vinte minutos sem falarmos nada. O clima entre Jade e estava constrangedor, e entre eu e , por causa de Jade. O clima entre Joe e Jade também não estava muito melhor, por isso fui eu quem sentou ao lado dele. E ao lado dele foi . Na outra ponta, mais afastada, Jade.
E depois desses vinte minutos reaparecem o Sr. e a Sra. .
Sra. : Vocês ainda estão aí garotos? Não é melhor irem para a casa?
Você: Queremos ver .
Sra. : Querida ele só vai poder ir pelo quarto já de manhã. Por que vocês não voltam para casa, tomam um banho, descansam e amanhã pela manhã vocês voltam?
Você: Eu quero ver se está tudo bem com .
Sra. : Mas está minha querida.
Você: A senhora não entendeu, eu preciso ver. Ver .
Sra. : Tudo bem, mas os outros não poderão. Quero dizer, temos trinta segundos para vermos ele na sala de recuperação, e muito depois só eles vão levá-lo para o quarto.
Você: Tudo bem!
Então a Sra. foi falar com Jade, Joe e . Disse para eles voltarem para casa e retornarem pela manhã.
O Sr. foi levar Jade e Joe para casa, quis me esperar para me levar em casa.
Quando o Sr. voltou uma enfermeira nos acompanhou até a sala de recuperação, mas não pôde entrar.
Quando vi , um alívio me percorreu, ele estava bem. Embora estivesse engessado e tonto por causa da anestesia.
Só pude vê-lo e ouvi-lo dizer que não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Sua mãe lhe explicar em poucas palavras e já tivemos que sair.
me esperava na porta já.
Sra. : Agora vocês já podem ir.
Você: Eu volto amanhã. - Falei.
Me encaminhei até que me aguardava e nos abraçamos. beijou a minha testa.
: Como ele está?
Você: Ele tá tonto, e grogue. Queria saber o que estava fazendo sedado em uma sala de hospital cheia de gente gemendo. Ele não se lembra de nada.
: É melhor assim. Quer dizer, ele não se lembra da parte ruim e ainda não tá sentindo dor, isso é bom.
Você: Você tem razão. - Falei.
Ao sair na rua comecei a tremer de frio, tirou o casaco que ele estava usando e me cobriu com ele.
Voltamos o caminho inteiro em silêncio, nenhum de nós falou nada sobre o beijo.

~manhã seguinte~
Me acordei por volta de umas sete e meia da manhã, o horário de visita era às dez, mas eu ia tentar entrar antes. Não fui à aula, na verdade nenhum de nós foi. Todos fomos ao hospital.
Oito e meia conseguimos uma brechinha e entramos escondidos no quarto.
sorriu ao nos ver entrar e finalmente estava realmente bem. Até brincou com a gente e nos zoou dizendo que as nossas caras pareciam as de quem ia para a forca.
Aliviada olhei para ao meu lado que me envolveu em seus braços e me abraço carinhosamente.
deu um assovio.
Jade e Joe nos notaram ali e, com a reação de , ficaram surpresos.
: A situação tá boa hein? - Perguntou rindo. - Boa, garota!
Jade confusa, e irritada, quem sabe, perguntou para .
Jade: Como... você... aceita assim de bem mesmo?
enrugou a testa e perguntou.
: O que?
Jade: Eles! - Ela apontou um dedo acusador para nós, e eu. - Quer dizer, você deveria se importar, ela está com ele ali, e você está no hospital! Olha a forma como ela te trata, se fosse eu, eu seria mais carinhosa com você... - Jade parou de falar abruptamente. Joe fez uma cara confusa. arregalou os olhos. e eu nos entreolhamos e caímos na risada.
Nós já desconfiávamos, na verdade desconfiei quando Jade pensou que e eu estávamos juntos.
Jade: Não! - Ela falou assim que viu que Joe também ria e que a Sra. , que tinha acabado de entrar no quarto e apenas ouvira o delato de Jade, ria também.
Escondi meu rosto no peito de para rir mais um pouco e ele me abraçou enquanto ria e seu corpo sacudia.
Quando me virei para olhar para Jade de novo ela já estava vermelha.
Jade: Seus idiotas! - Ela disse e saiu do quarto.
Quando ela bateu a porta todos caíram na gargalhada, mas mesmo assim, não conseguia esconder sua felicidade depois do acontecido, mesmo que dissesse que era apenas porque estava sendo paparicado.
Passamos a manhã inteira lá. só teria alta no dia seguinte, e durante a noite ainda, mas a Sra. nos mandou de volta e disse que devíamos comparecer às aulas da tarde.
me deixou em casa, porque obviamente não iríamos na aula hoje.
Quando ele parou o carro nos olhamos.
: Acho que não vai ter problema se eu te beijar agora, vai?
Você: Não! - Respondi sorrindo.
se inclinou na minha direção e depositou um beijo doce em minha boca.
Nos separamos com os olhos fechados ainda. Depois disso me despedi dele e saí do carro.

No outro tive que ir na aula, mas foi inevitável parar de olhar para o o tempo todo, e, o tempo todo também, ele retribuía o meu olhar.
Na hora da saída ele me deu uma carona até o hospital, para vermos .
Na hora em que ele parou o carro não desci, nem ele, ao contrário, ficamos nos olhando.
: Eu só queria entender o que realmente se passa... com nós?
Olhei fixamente nos olhos dele.
Você: Eu não sei... quer dizer, eu gosto de você, muito, demais até mesmo para o meu bem... Mas não sei sobre você.
: Olha , eu sinto a mesma coisa. - Ele deu um sorriso bobo. - Eu queria estar 24h por dia com você e poder ver esse seu sorriso todos os dias. - Ele falou olhando fundo nos meus olhos enquanto eu sorria me sentindo amada. - E se você gosta tanto assim de mim, eu de você, será que... você aceitaria?
Você: Aceitaria o quê? - Perguntei, mas já sabia o que ele ia falar...
: Ser minha namorada.  - Ele terminou sorrindo.
Você: Como você foi lento! - Falei me inclinando sobre ele e lhe dando um beijo quente.
Ele sorriu quando me afastei, e pela sua expressão, ficou claro que ele queria mais, mas eu ia fazer ele sofrer um pouquinho... não ia dizer um sim tão cedo e não ia dar outros beijos nele, por enquanto, enquanto eu aguentasse...
Quando fui abrir a porta do carro, mas ele travou-a. Ele me olhou rindo satisfeito.
: Achou que seria assim, tão fácil? - Dei de ombros rindo.
Ele riu de mim e se inclinou para me beijar rápido, mas ele tinha se esquecido de tirar o cinto, e o resultado foi ele ser puxado de volta de foma cômica.
Comecei a rir e aproveitei a oportunidade para destravar a porta e sair.
Meio atrapalhado se soltou e saiu logo atrás.
: Você não vai escapar de mim.
Você: Você que pensa. - Falei e entrei rindo no hospital.
Jade e Joe já estavam lá, mas Jade não ficou muito tempo, só se certificou de que estava bem e saiu, ela ainda estava com muita vergonha pelo engano que tinha cometido e pelo que tinha confessado, ou melhor, deixado escapar no dia anterior.
Passei a tarde com , mas dessa vez teve que entrar apenas um da cada vez. Entrei e logo já foi falando.
: Parece que a vida está boa para nós, não?
Você: Muito. - Falei fazendo uma cara engraçada e ele riu.
: Quero dizer, deu pra perceber que você e estão se dando muito bem. - Ele falou com uma cara maliciosa. - E parece que a vida também foi generosa comigo, pelo menos depois do que Jade disse ontem. - Ri.
Você: Você merecia isso.
: Pois é, nunca pensei que ficaria tão feliz por sofrer um acidente!
Ri com ele.
Você: Sabe, mesmo que o meu melhor amigo esteja numa cama de hospital, não posso negar, até que há suas vantagens.
riu.
: Garanto que se eu quisesse isso nunca teria tido um resultado tão bom.
Concordei com a cabeça.
Logo acabou nosso tempo. Depois um curto tempo do horário de visita, mas não pudemos conversar a sós novamente.
Quando já estava anoitecendo me levou até em casa.
Dessa vez ele foi mais rápido que eu: tirou logo o cinto de segurança e travou a porta do carro.
: Agora você não me escapa!
Comecei a rir.
Você: Tudo bem, vamos ver. O que você quer?
: Você está me devendo uma resposta. 
Dei de ombros e ele continuou.
: Sobre a pergunta que eu te fiz mais cedo, passei o dia todo pensando... Mas agora você vai me dar uma resposta, e é bom que ela seja positiva.
Você: Vamos ver, quem sabe...
Ele se aproximou e roçou sua boca em minha orelha, pude sentir sua respiração quente em minha nuca.
: E então? Quer ser minha namorada? - Ele sussurrou me deixando arrepiada.
Depois disso ele roçou os lábios em meu pescoço e me mandou um sorriso malandro antes de depositar um beijo em meu ombro.
Você: Eu... eu... - Gaguejei e ele sorriu satisfeito.
: Era tudo o que eu precisava! - Ele disse sorrindo. Ele aproximou os lábios dos meus e iniciou um beijo. Suave no início mas que foi se tornando quente, mas ainda de certa forma doce.
Sorri ainda de olhos fechados quando parou o beijo.
Você: Sim! Quer dizer... pode ser.
Ele sorriu e nos beijamos mais uma vez. Depois fui para casa onde fiquei pensando no meu mais novo namorado.
Mais tarde recebi uma visita...
Você: Ah... oi Jade! - Falei surpresa de vê-la parada na frente da minha casa quase às dez da noite.
Jade: Oi, posso entrar? - Ela perguntou meio sem jeito.
Abri passagem para ela.
Jade: O vai voltar para casa hoje... claro que amanhã ele não vai poder ir à escola, mas... já é uma boa notícia.
Você: É. - Concordei desconfiada. Jade não viria até aqui por nada.
Ela notou minha expressão e desabafou.
Jade: Eu estou confusa.
Sorri caridosa para ela, eu imaginava o que ela estava pensando.
Jade continuou.
Jade: E também quero me desculpar, bem, eu acho que ontem eu te chamei de vadia...
Você: Você está completamente desculpada Jade, eu entendo você, sei que estava... estressada.
Ela sorriu.
Jade: Mas tem outra coisa, se lembra quando eu disse que você era a minha melhor amiga? É meio estranho dizer isso... mas é verdade, e eu preciso da sua ajuda. - Ela parou um pouco pensativa. - Nossa! Como eu pareço indefesa!
Ri dela.
Você: E não se esqueça de acrescentar dependente à lista.
Ela assentiu rindo.
Jade: Eu pensei que eu gostava do ... - Ela falou balançando a cabeça. - Você viu a minha... reação, com tudo o que aconteceu ontem, mas e quanto ao ... eu... eu não sei!
Você: Está tudo bem Jade, eu entendo você, quer dizer, não entendo, mas eu compreendo o que você quer dizer.
Ela riu da minha confusão e eu fiz uma careta.
Jade: Eu gosto muito do , mas o ... Ele mexe demais comigo. Eu tive que disfarçar muito, mas acho que não foi o bastante, quando eu "descobri" que vocês "estavam juntos". - Ela fez aspas com a mão. - E depois de pensar todo esse tempo, eu percebi que não tem problema de o ficar com outra se essa outra for você. - Ela ssoriu para mim. - Eu sei que você vai fazê-lo feliz e que ele vai te fazer feliz também.
Você: Uau! Eu não sei o que dizer...
Jade: Diga apenas que eu sou a melhor amiga de todas! - Ela falou se gabando.
Você: Você é a melhor amiga de todas! - Falei de forma exagerada.
Jade: Assim está bom.


N/A: Aí está a última parte girls! Espero que realmente tenham gostado, principalmente porque esse é o meu primeiro imagine interativo!! Malikisses girls, Leiam CtPL!

Imagine Interativo 1 - Parte 2/3

Imagine 1D 2/3
~Você on~
Durante o final de semana fui ao shopping com Jade. Mas se você está pensando que somos como qualquer garotas normais que vão ao shopping e se divertem comprando roupa, você está muito enganado! Primeiro compramos sorvete, depois fomos à loja de games e "compramos" um videogame ótimo pra jogarmos com e Joe depois. Depois disso fomos à uma loja, com perucas e óculos de sombra, e colocamos um casaco por cima... e pelo incrível que pareça, já é a segunda vez que fazemos isso, e ainda dá certo! Bem, sabe aquelas boutiques chiques e coisa e tals? As lojas preferidas de patricinhas? Bem estivemos lá "disfarçadas" e "pegamos emprestadas" uma saia e uma blusa. Depois fomos até a estátua que tem na entrada do shopping e a vestimos com o modelito e depois... bem saímos correndo e nos livramos dos disfarces, e quase nos matamos rindo, porque, depois de nos livrarmos dos disfarces, voltamos ao shopping e imitamos as pessoas horrorizadas com a ação das "adolescentes inconsequentes".
Depois durante a noite nos reunimos na casa de , comemos pizza e testamos o novo videogame que simplesmente era demais! Depois Jade e Joe foram embora, e eu fiquei com .
: Mas você não tinha prometido ao seu pai que não ia mais causar confusão?
Ri.
Você: Eu disse que não iria me "encrencar". E não estou encrencada, ninguém viu o que eu fiz, ou melhor, ninguém viu que fui euque fiz, e isso não me deixou encrencada. Mas não falei nada sobre causar confusões com o meu pai. E você sabe que eu nem poderia prometer, está no meu eu. Não consigo evitar.
riu de mim.
: Você é esperta , mas podia ter me levado junto, garanto que ia ser muito mais divertido.
Você: É, teríamos pegado mais videogames emprestado. - Falei pensativa. - E vestido a estátua de roupa íntima.
: É. - Ele falou depois de rir bastante. - Mas é claro que não poderia faltar...
Você: A saída com estilo. - Completei e rimos.
: Podíamos voltar lá amanhã.
Você: É, podíamos.
: Mas com o que podemos sair?
Você: Pensamos nisso quando estivermos lá... Tchau. - Falei e beijei a testa de , mas a minha intenção não foi ser carinhosa, foi apenas babá-lo.
: ! - Ele ralhou e me segurou enquanto eu tentava fugir. - Pelo menos ainda existe uma coisa chamada "vingança", sabia? - Ele disse rindo e  babujou todo o meu rosto.
Você: Para seu porco! - Falei rindo e tentando me soltar. Então parou de me lamber e eu parei de me contorcer. E aí, bem rápido, ele deu uma lambida na minha bochecha e parou para me olhar de novo. Nós dois caímos na risada e ele me soltou.
: Até mais !
Você: Até mais seu idiota! - Falei espiando da porta e botando a língua para ele, depois fui embora.

No domingo de manhã Jade não quis voltar ao shopping, ela tinha coisas mais legais para fazer, então fomos apenas eu, Joe e para o shopping, já disfarçados (eu estava realmente igual a um garoto, Joe estava com uma peruca loira e uma touca e , um tanto contragosto por não se vestir de mulher, foi disfarçado de funcionário do shopping e com um bigode falso).
Olhamos todas as lojas e resolvemos que faríamos uma saída leve.
Entramos em uma loja de arquivos esportivos e pegamos três skates e uma bicicleta, o mais disfarçadamente, até o segurança nos ver, e aí ficou emocionante: subi em cima do skate segurando os outros skates, depois dei o maior impulso que pude. e Joe me seguiram de bicicleta e pedalaram o máximo que conseguiram, depois... Bum! E CRASH!
Quebramos a porta de vidro que eles haviam fechado e continuamos fugindo até estarmos longe do estacionamento. Depois seguimos ainda, da mesma maneira até chegarmos na pista esportiva onde e Joe desceram das suas bicicletas enquanto eu parava o skate e entregava um para cada.
Joe: Demais!
: poderia ter sido melhor, se eu...
Você: , você não ia ir vestido de mulher! - Ralhei e nós rimos.
Enquanto nos livrávamos dos disfarces continuávamos conversando.
: Não era isso que eu ia dizer! Eu ia falar que se eu tivesse conseguido pegar o equipamento de rapel antes deles terem nos visto...
Você: Pois é... - Falei. A essa hora já tínhamos tirado os disfarces e então seguimos até o topo da rampa de skate. Dropei primeiro e quando voltei e Joe estavam conversando olhando para a entrada.
Segui o olhar deles e os vi vindo. Os garotos "populares" e "riquinhos" da nossa escola..
Joe: Lá vem os playboys! - Falou.
: Eles não aprendem que aqui é a nossa área? - Ele falou rindo.
Você: Ah! Mas vão aprender! - Eles eram piores que as patricinhas. - Se a Jade estivesse aqui... - Falei enquanto me lembrava de quão bem ela lidava com eles... ou melhor, os expulsava da nossa área.
E então, quando o grupo chegou mais perto e eu, Joe e descemos da rampa, eu o vi.Vi seus olhos no meio do grupo, seu sorriso branco e feliz, até... até se deparar com nós, dispostos em forma de barreira.
Joe: Ela não ia fazer muita coisa, olhem! - Ele disse indicando com a cabeça. Enruguei a testa e olhei para que também pareceu não entender.
Você: Como assim? - Perguntei confusa.
Joe: Ah, é! Vocês não sabem! Quando Jade tinha uns dois anos a menos e... hm... uns vinte por cento a menos de maldade. - Rimos. - Ela costumava a ter "quedas" por garotos. - Ele falou enquanto o grupo de "playboys" paravam à nossa frente. Agora eles podiam nos ouvir, mas não sabiam  que fazer. Dar volta ou continuar ali, rumo a uma possível dor? Joe continuou. - E esse aí era um deles, ou melhor, era ele. - Joe sorriu enquanto indicava com a cabeça. - Qual o seu nome mesmo... , não é? - Ele perguntou enquanto ria.- Essa garota é mesmo louca! Você tem sorte mesmo por a garota mais cruel dos... "arruaceiros", não? - Joe usou o apelido que usavam para nos descrever. - estar a fim de você, se não seus lindos olhinhos já estariam roxos!
e eu nos entreolhamos. Não sabíamos dessa da Jade.
olhou para mim surpreso. E... esperançoso? Ele tinha um brilho no olhar...
: Isso é verdade?
Você: Bem... não sei. Joe! - Ralhei com ele e indiquei com a cabeça. - Jade não vai gostar de saber.
Joe: Ah tá! Vai fingir agora quem sabe? Teve muito tempo escondida! Já estava na hora de saberem os seus sentimentos! Não precisa de uma amiga para se defender, pelo que eu saiba já é bastante cruel!
: O que ela te fez! Para com isso cara!
: Então é mesmo verdade? - sorriu, de forma... sedutora? - Você gosta mesmo de mim ?
e Você: QUÊ?! - Falamos em uníssono surpresos, mas o que mais nos surpreendeu foi que Joe sorriu como se o que ele quisesse tivesse acabado de acontecer...
Você: Como? Não... não. - Falei me defendendo, mas eu não podia botar Jade na fogueira.
: Para com isso cara! - Xingou Joe.
Joe: Vai me dizer que a sua melhor amiga não te contou? Ah não! - Ele olhou para mim fingindo surpresa. - , que feio! Mentindo para os amigos! E o pior foi que eu quase não acreditei quando Jade me disse!
Enruguei as sobrancelhas. Eu não fazia ideia do que ele estava falando... Ah! Me lembrei de súbito do dia em que Jade  eu fomos suspensas... De que havia falado comigo! Jade tinha dito isso a Joe! Eu não acredito!
Você: Joe, você é um idiota! - Falei para ele, sem nenhum humor, apenas uma frieza. Peguei minhas coisas e saí dali. Passei pelo grupinho de playboys que gritavam: "Aê !" e rumei para a minha casa.
Ouvi ainda dizer:
: Vacilou feio! - E depois ele já tinha me alcançado e estava do meu lado. - Você está bem?
Você: Por que não estaria? O meu amigo acabou de me mostrar que não é realmente meu amigo, que todas as vezes que eu pensei que poderia contar com ele eu estava errada! Por que estaria mal? - Perguntei irônica.
: O que eu fiz? - Perguntou.
Você: Você não fez nada seu idiota! Eu estou falando do Joe!
: Ah! - Ele exclamou. Caminhamos mais um pouco em silêncio, à essa altura já estávamos longe da pista. - E então, é sério mesmo, o que o Joe falou?
Você: Claro que não! - Falei. - Eu pensei mesmo que era da Jade que ele estava falando... - Disse balançando a cabeça.
: Tudo bem! Mas... se você, sei lá, tivesse uma "quedinha" por algum garoto, você ia me contar, não?
Você: Credo ! Tá parecendo a minha mãe! - Caçoei dele.
: Mas você me contaria, né? Eu quero saber quando a minha amiguinha estiver apaixonada! - Ele esfregou a mão na minha cabeça.
Você: Só se você fizer o mesmo! - Falei rindo.
: Feito! - Ele disse estendendo a mão e eu apertei.
Então abraçou meu ombro e assim fomos até a minha casa.
Lá percebi que nem Jade, nem Joe estavam do meu lado. Apenas . era a única pessoa com quem eu podia contar.

Na segunda de manhã, depois que a minha mãe e meu pai já tinham saído para o trabalho, a campainha tocou. Não estava com a menor vontade de descer e abrir a porta, mas talvez fosse uma coisa importante, nunca se sabe.
Então, relutante, fui ver quem era.
Quando espiei pelo olho mágico vi a figura de Jade. Mais do que rápido cacei meu celular e coloquei no silencioso, depois voltei a espiá-la pelo olho mágico. Como eu havia previsto, depois do quarto toque na campainha Jade pegou seu celular e chamou o meu número. Olhei para a tela e fiz questão de não atender, nem desligar.
Eu não estava com vontade de falar com ela, nem de ver a cara dela. Por isso saí dali e subi de volta para o meu quarto, peguei um pote de sorvete, o qual consumi enquanto assistia televisão. (Eu tinha televisão no meu quarto).
Logo depois recebi uma mensagem, Jade: Estou aqui na frente da sua casa, pode por favor abrir a porta, ?
Apenas ignorei e voltei ao meu pote de sorvete e ao filme que estava passando.
Mais algumas tocadas de campainha vindas lá de baixo e depois eu ouvi a voz de Jade gritar lá de baixo, na rua: "Então tá! Eu tô indo!"
Mas eu não sabia se la tinha ido embora, na verdade não me fazia diferença.
Durante a tarde recebi a visita de .
: E aí? Como você tá?
Você: Tô bem. Por que não estaria? - Falei de cara amarrada.
: Sei lá. - Deu de ombros. - Pelo que aconteceu ontem, não foi mole não.
Você: A Jade teve aqui hoje de manhã.
: Teve? - Perguntou surpreso. - E como foi?
Você: Nada. Não abri a porta e ela foi embora.
: Eu sei o quanto não foi legal o que ela fez, mas vocês podiam se acertar de novo, não acha?
Você: Sem chance! O que ela e o Joe fizeram não tem explicação. A troco de que essa brincadeira besta?
: Olha , se foi besta, mesmo que sem graça, mas se não é verdade nem nada, qual é o problema?
Olhei para ele não acreditando.
Você: Como assim? O que está pensando? O que você quis dizer com isso, Sr. ?
: Só que a minha melhor amiga está pirada e está dando muita bola pra uma brincadeira besta.
Você: Ah é?
: É.
Você: Então, por favor, Sr. faça o favor de sair da minha casa!
: Não mesmo!
Ele falou.
Então simplesmente peguei-o pelo braço e o puxei até a porta.
Você: Tchau. Porque você não está ajudando.
: Não vou sair. Porque você é que não está ajudando. Fala sério , do jeito que você está agindo até parece que é verdade mesmo! Quer dizer, o que eles fizeram não foi legal nem nada, mas a forma como está agindo! Olha , está sendo mais infantil do que o normal! Estou começando a achar que você gosta mesmo do playboyzinho!
Você: Caramba ! Você sabe como eu não sou boa nessas coisas de lidar com garotos!
: E eu sou o que? - Percebi uma certa frustração em seu olhar.
Você: , você não é um garoto qualquer, você é o meu melhor amigo! De sempre e sempre. - Falei o nosso grito de guerra de quando éramos pequenos. - De sempre e sempre. - Repeti e ele se acalmou, mas ainda parecia triste.
: Mas ... Você me prometeu.
Você: Prometi o que? - Perguntei sem entender.
: Que quando gostasse de um garoto me falaria.
Cerrei os olhos.
Você: E você me prometeu que se gostasse de uma garota me falaria. Desembucha!
Ele riu de mim e voltamos ao sofá da sala.
: Primeiro você.
Abri a boca em um "o" fingido.
Você: Então quer dizer que tem mesmo uma vadia na parada!
: Cala a boca! Você vai me falar primeiro que depois eu te conto tudo! Na verdade eu vim aqui só pra contar pra você.
Fiquei grata pelo que ele disse.
Você: Bem, eu não sei direito se eu realmente gosto dele ou não, mas você, no seu papel de melhor amigo, vai me ajudar a entender a situação.
: Certo.
Você: Okay! Imagino que você já saiba quem é. - Ele assentiu a cabeça meio a contragosto. - Bem. Eu sempre achei ele bonitinho e esses dias, sabe aquele dia que a substituta da Sra. nos deu aula, que eu cheguei quase atrasada? Então, quando a minha mochila furou, ele me ajudou a juntar as coisas... e ... os olhos dele são tão vivos! E o sorriso dele é tão branco! Sabe, ele é educado! Ele não é que nem os outros, ele é gentil!
: Nossa! É. É o fim do mundo! Perdi minha amiguinha! Ela está apaixonada! - Ele falou debochado e bagunçou o meu cabelo.
Você: Há há há! Muito engraçado. Sua vez.
Ele respirou fundo e então começou seu discurso.
: Você vai ter um susto quando souber quem é. Mas é que... eu nem sabia que gostava dela, mas agora, hoje de manhã mais certo, eu comecei a pensar. Fiz como os caras nos filmes fazem, imaginei minha vida sem ela, e cara! Não consegui! Ela é... ela nem é na verdade! Nenhum pouquinho perfeita! Por isso que eu gosto dela! Ela fica... caçando confusão... e ... ela tem um sorriso lindo que ela sempre dá depois que faz algo errado. Parece uma criança que acabou de fazer algo errado e... está ali, rindo, porque gostou da experiência. E na sexta-série foi quando eu virei fã dela! Ela sabotou o bebedouro da escola e voou água pra tudo que foi lado. Foi a primeira vez que eu vi o sorriso de quem aprontou dela.
Você: Não pode ser! - Falei quase sem ar.
continuou me olhando.
: E o cabelo dela... As mechas roxas... é tudo tão... especial! A forma como ela se faz parecer tão cruel, mas na verdade... é como qualquer outra garota. - Ele olhou para as mãos. - E eu amo ela.
Você: , você não vai me dizer que... que gosta... - Não consegui terminar.
: É. Eu estou apaixonado pela Jade.
Meu queixo caiu.
Eu me lembrava do incidente do bebedouro. Eu estava com o . Nós vimos ela sabotando o bebedouro. Ela fez sinal para ficarmos quietos.
Foi aí que nos tornamos amigos da Jade e do Joe.
Foi na sexta série que se formou os "arruaceiros",
Você: , - Falei quando me recuperei. - você sabe que... que a Jade, ela... - Não terminei.
: Que ela não gosta de mim? Eu sei... eu sei que a Jade não gosta de mim. E que provavelmente nunca vai gostar. Mas... mas aquele dia que o Joe começou a falar que ela gostava do playboy... quer dizer, do . - Ele falou se corrigindo ao notar o meu olhar. - Eu fiquei com... com tanto ciúme! E foi aí que eu percebi.
Enruguei a testa.
Você: E por que não me contou aquele dia?
: Eu precisava ter certeza disso antes.
Eu sei. Eu sabia o que ele queria dizer.
Eu tinha sentido ciúmes também, quando Joe começou a falar que Jade gostava do e quando ele teve um brilho no olhar... como... como se desejasse ela! Argh! Eu queria tanto socar a cara dela! Eu imagino o quanto não quis socar a cara do então! Principalmente porque eu sabia que aquele olhar do era tudo invenção da minha cabeça. Mas... mas o que o Joe estava falando, não era invenção da cabeça de , era... bem na verdade não era real, mas parecia muito mais real do que o olhar do .

~ on ~
Quando eu ouvi aquilo meu coração parou. Era a melhor coisa que eu já tinha ouvido na vida!
E quando eu vi o olhar preocupado dela, de que seu segredo fosse descoberto eu... eu... eu não posso negar, cheguei a ficar excitado.
Imaginei um futuro nosso.
E o jeito desajeitado dela de tentar negar... eu simplesmente fiquei louco! Apenas porque eu sabia que era verdade!
Pelo menos eu sentia que era!
Mas eu queria ouvir da boca dela! Aquilo facilitaria tudo para mim... Porque... eu sentia a mesma coisa!
Eu a queria!
Não ligava pro que os meus amigos falavam de que era impossível! De como eles falavam que ela nem ao menos gostaria de mim, que ela era encrenca... que eu deveria ficar com uma das garotas.
Mas nada disso adiantou.
Eu gostava dela mesmo assim! Eu gosto dela mesmo assim! Nada vai conseguir mudar isso!
Mas mesmo assim ainda me resta uma dúvida: E se? E se ela não gostar realmente de mim? E se tudo o que aconteceu na pista aquele dia fosse só um teatrinho dela e dos amigos pra me deixarem com cara de bobo?
E... acima de tudo. E se ela nunca me amar tanto assim como eu a amo?
Isso tudo está me deixando louco!
Eu quero ela! Eu quero ela agora! Eu quero poder beijá-la, quero tê-la em meus braços... Eu quero poder andar de mãos dadas com ela por aí e dizer: Essa é a minha namorada! A garota por quem eu sou apaixonado!
Se fosse tudo mais fácil! Se eu tivesse certeza de que ela me ama também!
Ás vezes eu penso que é tudo invenção da minha cabeça, que a reação dela foi verdadeira, que ela se enrolou apenas porque ela tinha sido pega de surpresa e não porque ela gostava mesmo de mim!
E pra piorar a situação, meus amigos ficaram agindo feito idiotas! Gritaram coisas! Chegaram até a rir dela!
Brincaram com a fera sem medo dos riscos! Só porque "Agora as coisas iam mudar!" porque agora um deles estava na nossa mão.
Então eu não concordei. E aí eu acho que eles perceberam, depois que eu defendi ela...
Foi aí que as brincadeiras passaram a ser para mim!
~Você on~
Durante a terça-feira fiz a mesma coisa que na segunda, fiquei em casa. Mais tarde passou aqui em casa e jogamos um pouco de videogame. Encomendamos uma pizza e ficamos falando bobagens.
Parecia que era de novo só nós dois e mais ninguém.
Mas eu não tinha esquecido as palavras dele, a confissão dele e duvidava que ele tivesse esquecido as minhas.
Mas tomamos o cuidado de não tocarmos no assunto.
Na quarta eu tive que voltar a frequentar o colégio, não tive escolha, e a minha suspensão tinha chegado ao fim.
Fiquei com o tempo todo, nos sentamos até mais afastados de Joe e Jade, mas eu sabia que aquilo era difícil para ele e que ele estava fazendo tudo isso apenas por minha causa. Só por mim. realmente era o melhor melhor amigo de todos!
Ele estava se sacrificando por mim!
Eu sabia o quanto ele queria estar perto da Jade de novo.
Durante o intervalo tomamos cuidado para não nos encontrarmos, ao invés disso eu e fomos para a biblioteca, Joe e Jade nunca nos procurariam lá.
: , eu sei que você não gosta muito da ideia, mas você está sendo bastante infantil! Está... fugindo.
Você: Eu sei. - Falei vencida.
: Pelo menos deixe eles se justificarem.
Você: Tá, tudo bem. - Eu devia essa a ele mesmo. merecia o meu esforço.
Depois na hora da saída não me escondi. Fiquei no meu armário arrumando as minhas coisas, como eu sempre fazia.
Jade: ! - Ela me alcançou.
Você: Jade. - Falei seca, afinal das contas eu não conseguia fingir.
Jade: Eu sei o que aconteceu... eu posso me explicar!
Você: Tem dois minutos.
Jade: Okay. Foi mal, eu não sabia que o Joe ia fazer isso é que... eu deixei escapar para ele que você e o estavam se falando... e sobre o resto, é que eu... Joe sempre soube que eu gostava dele. Ele, ele disse que estava arrependido e que só queria fazer o meu bem. Ele tinha um plano de fazer você sair fora da jogada... é só porque eu deixei escapar que eu estava com ciúmes. - Ela falou apressada. - A culpa é toda minha.
Minha boca formou um perfeito "o".
Eu não tinha cogitado que o fato da Jade gostar do fosse verídico, não depois de tudo o que Joe fez.
Jade: Nos desculpe, por favor! Você é a minha melhor amiga, eu sei que eu não faço isso parecer verdade, mas... mas tem coisas que só uma amiga pode fazer. Garotos não entendem, assim como Joe não me entende em muitos aspectos... ele não sabia o quanto tudo isso era importante para mim! Na verdade ele ainda caçoa de mim! Mesmo depois de ter feito tudo isso por mim. Sabe, ele é garoto.
Você: Nossa... - Deixei escapar. Eu não sabia direito o que pensar.
Só sei que no final eu acabei perdoando a Jade. Eu sabia o que ela queria dizer, mas eu ainda estava muito impressionada com o que ela tinha acabado de me contar.
Então realmente era verdade? Eu e a minha amiga gostávamos do mesmo garoto?
Como a vida pode ser irônica e amarga! Nós duas gostávamos dele, enquanto isso ele não gostava de nenhuma de nós, e ainda, gostava dela e não era correspondido!
Ainda me arrisco a afirmar que Jade está em posição melhor que a minha.
Pelo menos alguém gosta dela.
Tudo bem.
Estava Jade e eu de saída, também. Joe eu não fazia ideia. Mas lá estávamos nós, reconciliados, saindo pela porta quando:
: !Espera aí! - Eu o ouvi chamar por mim e paralisei. O que seria? Apenas pensei em Jade, parada ao meu lado, engolindo em seco.
Meu coração praticamente parou.
Então ele nos alcançou.
Você: Oi. - Consegui falar, disfarçando muito bem meu real estado interior.
: Oi, está tudo bem? Procurei você a manhã inteira, mas você... não te achei. Eu queria ter falado com você antes. Mas não tenho o seu número nem sei onde você mora.
Você: Eu tô bem sim. Sem problema - Eu estava me controlando interiormente.
: Que bom! Me desculpe pelos meus amigos... eles não foram legais.
Fiquei preocupada quando ele falou dos amigos, me lembrei do que ele estava pensando a meu respeito. Podia até ser verdade, mas era melhor que ele não soubesse.
Você: Olha , me desculpe, mas o que Joe falou... não foi verdade.
Vi o rosto dele desmoronar. Parecia... que tinha perdido o brilho.
Nessa hora surge Joe. Um frio percorre minha espinha, quando ele abre a boca para falar...
Joe: Ei, cara. - se virou e o mirou. - Sabe, foi mal, mas aquele dia eu tava só zoando. Não foi verdade o que disse não, a não tem nada a ver com isso.
o olhou como se não estivesse acreditando, como se estivesse sendo... humilhado?
Fiquei extremamente tentada a consolá-lo quando ele saiu, desolado? Ou isso tudo era coisa da minha cabeça? Mas eu estava firme em minha postura. Não podia deslizar agora.
Então, me surpreendendo, Jade saiu de trás dele.
Jade: Espera! ? - Ele olhou para trás imediatamente.
: Oi?
Jade: Olha, seus amigos são uns panacas mesmo, mas nós somos legais. Não quer vir com a gente? Temos tudo que é tipo de videogame e o número da melhor pizzaria da cidade. Não quer vir?
O olhar de deu um brilho.
: Posso?
Jade: Claro! - Jade disse sorrindo.
Ótimo! Eu tinha perdido vez. Mas quem sabe não fosse melhor assim? Mas e ? Como ficaria na história se Jade conseguisse ?
foi conosco até a casa de Joe.
Jade estava sempre puxando assunto com ele, nem fingia mais.
Toda aquela frieza com que ela tinha o tratado no dia em que se conheceram, ou que eu pensava ter sido, havia desaparecido. Agora ela era calorosa e simpática, o que eu nunca tinha visto Jade ser antes.
Mas vendo a cena vi o quanto Jade estava mais feliz, o quanto a simples presença de a animava.
Enquanto Jade e iam mais a frente, Joe, e eu ficamos mais atrás. Não pude deixar de reparar o olhar triste de nos dois.
Então Joe nos deu o "ar das graças" com a sua palavra:
Joe: , sério cara, foi mal, eu vacilei legal com você.
Você: Não foi nada, mas modera mais da próxima vez. - Falei meio contragosto, mas seguindo o conselho de : Se não quer que saibam a verdade, finge que não se importa.
Mas eu via o quanto ele estava arrependido do seu conselho. Quanto menos eu tinha chance com , menos chances ele tinha com Jade.
Joe: Então eu tô perdoado?
Você: Tá sim.
Joe sorriu como nunca.
Joe: Me desculpa mesmo, eu não sei o que deu em mim, eu comecei a falar demais e quando percebi... aí eu fiz a primeira coisa que deu na minha cabeça para livrar Jade da situação. Me esqueci que você era tão importante para mim quanto ela... - Ele parou.
Você: O que você disse?
Joe suspirou.
Joe: É que eu pensei que a única pessoa que me importava na vida era Jade, ela sempre foi minha melhor amiga e... bom, meus pais, você sabe. - Os pais de Joe não eram muito presentes na vida dele. - Mas então, depois que eu vi o quanto você ficou mal... Cara! Eu não sabia que eu gostava tanto assim de você, tanto quanto eu gosto de Jade.
Você: Nossa Joe! Nem sei o que falar! Parece que você é mais sentimental ainda que o !
Joe pareceu constrangido. Joe pareceu constrangido?! Joe pareceu constrangido!!!
Você: Tá com vergonha é?
Joe: Cala a boca! - Ele falou grosso, mas riu. - Você sabe que eu te adoro!
Então nós dois olhamos para que caminhava ao meu lado. Ele estava com o olhar triste mirando Jade e logo à frente.
Joe: O que tem com ele?
Você: Levou um pé na bunda de uma garota. - Menti.
Joe: Tem certeza?
Você: Aham.
Joe: Quando foi isso?
: Eu estou ouvindo.
Você e Joe: Foi mal!
Fomos até a casa de Joe. Jade tratou logo de se sentar ao lado de no tapete mais a frente de nós. e eu ficamos no sofá com Joe.
Jade, e Joe começaram a jogar videogame e barulho estava muito alto. Mas pude perceber quando Jade cochichava no ouvido do e os dois riam. E quando ele cochichava de volta no ouvido dela a fazendo rir também.
Não consegui levar essa situação muito bem e estava indo para a cozinha, me seguiu.
Quando chegamos lá ele falou:
: Você tá bem?
Você: Tá brincando! Eles estão lá... e eu aqui... e você aqui! Não podemos fazer nada!
suspirou.
: Se você fosse sincera e assumisse.
Você: Se você fosse sincero e assumisse.
: Não podemos, já entendi... mas é tão...
Você: Difícil. - Completei para ele e nos encaramos.
: Você gosta mesmo dele, não?
Você: Não tanto quanto você gosta dela.
Ficamos em silêncio e então falou:
: Ia ser tão mais fácil poder dizer "eu te amo" na frente de todos.
Nesse momento escutamos um barulho de alguma coisa caindo.
Olhamos para o portal e lá estava Joe. Parado, nos olhando com a boca aberta, e o barulho tinha vindo do prato que ele havia deixado cair no chão.
Eu e nos entreolhamos, não sabíamos o que Joe havia escutado.
Joe: Então... quer dizer... até quando vocês iam nos esconder?
Suspirei. Joe havia escutado tudo.
Você: Por favor! Não conta pra eles! - Pedi.
Joe: Por que? Qual é o problema? Acharam que não aceitaríamos?
Jade: Aceitaríamos o que? - Jade apareceu atrás de Joe com . Meu coração gelou.
Joe: Eu vou contar! - Ele falou e se virou para Jade. - e estão juntos.
Jade: Sim eu estou vendo. - Ela disse com cara de "isso é óbvio".
Joe: Não, eles estão namorando.
Jade arfou como se tivesse levado uma facada.
Jade: O quê?
O sorriso deixou o rosto de , talvez ele estivesse preocupado com Jade, mas seus olhos me miravam. Estavam direcionados a mim.
E eu não sabia o que fazer. Eu estava paralisada, tinha sido pega de surpresa. Esperava que Joe falasse que eu gostava de realmente e que gostava de Jade. Não esperava que ele chegaria à essa conclusão.
Jade pareceu melhorar um pouco e perguntou:
Jade: Como assim?
Joe: Contem! - Ele disse para nós. - Não precisam ter medo, nem ficarem preocupados! Não há problema.
Finalmente consegui recuperar fôlego suficiente para olhar para , ele fez o mesmo ao mesmo tempo que eu.
foi o primeiro a falar.
: De onde você tirou isso Joe?
Joe: , não precisa ter vergonha. - Ele disse caridoso. - Eu ouvi o que vocês estavam falando quando eu cheguei aqui.
: Você o que... Mas eu... Ah! - Uma compreensão tomou conta do rosto de e ele olhou para mim. - O que foi a última coisa que eu disse.
Você: Quer mesmo que eu diga? - Perguntei receosa.
: Sem problemas, só diz.
Você: Ok. - Tentei me lembrar da frase e fui dizendo enquanto me lembrava. - Ia ser tão mais fácil poder dizer... "eu te amo" na frente de todos. - Terminei de falar e arregalei os olhos. Tinha sido apenas isso que Joe ouvira, e apenas isso o fizera acreditar que era de mim que falava! - Não é isso que vocês estão pensando! Não era de mim! - Falei rápido.
olhou rápido para mim, como quem pede que eu não contasse nada. E eu respondi seu olhar como quem diz "não se preocupa".
Joe: O que é então? - Joe perguntou curioso.
Olhei os rostos deles. parecia aliviado, mas Jade continuava da mesma forma, como se tivesse levado um soco na boca do estômago.
Você: estava me contando sobre a garota que eu falei Joe, a que deu um pé na bunda dele.
Joe fez uma expressão de quem compreendia.
Joe: Foi mal, então. Desculpa. De novo.
Jade: Que garota é essa? - Ela perguntou rápido.
Você: Uma garota lá com quem ficou algumas vezes e que ela não quis mais. Por quê?
Jade pareceu melhorar de súbito, mas voltou à sua forma antiga. Fria. Sem o sorriso de antes estampado no rosto.
Jade: E você?
Você: Eu? Eu estava apenas... hm... tentando ajudar. - Merda! Eu gaguejei. Eu praticamente entreguei que eu estava mentindo. Merda! Merda!
: Eu vou indo. - Ele disse e parecia triste de novo. Depois saiu pela porta.
Jade: Agora me explica! - Ela falou e me puxou por um braço até o quarto de Joe. Quando chegamos lá ela finalmente falou. - Estamos sozinhas agora. Sou sua amiga. Me fala, desde quando?
Você: O que eu falei era verdade.
Jade: Eu sei quando uma pessoa está mentindo , e principalmente, se for minha amiga. Me fala a verdade, somos amigas! Eu te falei... quer dizer, eu te contei sobre o ...
Você: E parece que vocês estão se dando bem. - Falei fria.
Jade franziu a testa.
Jade: Não estou entendendo mais nada!
Percebi na hora que eu praticamente havia me entregado.
Você: Por favor, não conta nada, mas... o que eu falei sobre é verdade. - Eu não ia entregar o meu melhor amigo. - Mas sobre a parte de eu estar tentando ajudar... bem, eu menti.
Jade: Eu percebi. O que foi?

~ on ~
Naquele momento eu senti meu mundo desmoronar. Eu tinha sido um idiota pensando que ela gostava mesmo de mim! Mas é claro! O amiguinho dela! Andavam sempre grudados, era óbvio que não eram só amigos. Eu não sei se alguém percebeu, mas eu tenho certeza que na hora eu não fiz uma cara muito boa. E ela... o que ela queria realmente? Por que ela ainda fingia?
Quando a amiga dela me chamou para ir junto pensei que seria a oportunidade perfeita para ela me notar finalmente! Poderíamos ser amigos pelo menos. Mas não. Eu estava feiamente enganado.
Tinha ouvido inúmeras histórias de confusões que ela tinha causado, sua amiga me contara. Me dissera que aquele dia quer nos encontramos na pista elas tinham acabado de vestir a estátua. E que no dia seguinte os amigas, e ela, haviam voltado nos shopping e feito a saída triunfal! Tinham sido eles, mas eram bastante espertos, principalmente porque a polícia nunca os pegava. Eu ri bastante de todas as loucuras que ela fazia.
Mas ela não me notou.
Pelo contrário, saiu escondida para a cozinha com o namoradinho secreto.
E então eu entendi tudo, o por que de aquele dia eles terem ficado, os dois, tão revoltados com as insinuações de Joe.
Eu sei que eu não conheço ela muito bem ainda, mas cada vez mais que eu ouço falar sobre ela eu fico mais encantado. Pena que ela não sinta o mesmo.
E, enquanto eu fico me lamentando por um amor não correspondido, ela se delicia com outro.
Por que eu sou tão idiota? Todas as outras garotas que eu quis eu sempre tive aos meus pés, mas nada como ela. Que não gosta de mim, e é a única que eu já amei de verdade sem nem ao menos a conhecer.
E aquele dia que ela precisou de ajuda para juntar o material, ali o meu coração estava tão acelerado. Ela tinha sido tão simpática... Foi tão... foi a minha primeira chance de enfim me aproximar dela.
Mas depois... depois ela sempre me tratou com frieza. Não foi mais simpática daquela forma. Talvez fosse um pouco da pressão que ela estivesse sofrendo, mas mesmo assim...
Ah! Como eu queria poder gritar que eu te amo, que eu te amo !
Gritar pra todo mundo ouvir, e ouvir você gritar em resposta que também me ama! Por que é tudo tão difícil?
Mas eu estou determinado, eu vou te esquecer se você não me quiser... só se você não me quiser.
~ on~
Joe! Tinha que ser! 
: Por que você fez isso?
Joe: Foi mal cara, eu só queria.. incentivá-los, mostrar que nós entenderíamos. Somos seus amigos, não ficaríamos de cara nem nada do tipo, na verdade eu sempre desconfiei.
: Desconfiou? De que? É difícil pra você entender que eu e somos só amigos?
Joe: Na verdade é. Eu nunca achei que vocês fossem realmente apenas amigos. A forma como você a trata, sempre tão... carinhoso. Pensou que eu nunca sacaria?
: Mas isso não é verdade Joe! Como você gosta de inventar coisas!
Joe: Eu? Inventar? Eu não estou inventando nada!
: Tá sim!
Joe: Ah é? Então quer dizer que aquele dia na pista você não ficou com ciúmes quando eu disse que a gostava do ?
: Eu não fiquei com ciúmes!
Joe: E você estava o que então?
: Surpreso quem sabe? - Falei sarcástico. - Por você estar colocando a sua amiga no fogo! Como você pôde?
Joe: Então você está me dizendo que não tem nada com a além de amizade.
: Tô.
Joe: Então a história da garota que te deu um pé na bunda é verdade? Fala sério! Eu nunca te vi ficando com uma guria .
: Porque ela não me nota! Tá legal? Feliz? Ela não gosta de mim! - Falei já quase com lágrimas nos olhos. Olha o estado que eu estou! Como ela me deixa!
Joe abriu um pouco a boca e então me dei conta do que eu tinha acabado de fazer. Me descontrolado. Eu tinha assumido que estava apaixonado.
Joe: Quem é?
Eu não sabia o que dizer. Não podia contar a verdade. estava fora de cogitação de ter o nome mencionado, e... quem eu poderia usar o nome? Acabei por inventar uma garota.
: Millary.
Joe franziu a testa.
Joe: Isso é nome? - Falou debochado.
: Muito engraçado! - Falei, mas ri também.
Joe: você é louco cara!
: Tá legal, mas chega disso, se não eu vou desenterrar Sebastian...
Joe: Cala a boca! - Ele falou rápido e preocupado. - Ninguém mais pode nem sonhar que eu fiquei com ela.
Ri dele.
Mas ainda estava com uma dor dentro de mim.
Ver Jade e tão próximos me fazia mal, muito mal...


N/A: Aqui está a segunda parte, um pouco maior que a primeira! Espero que gostem!! Não saiam sem comentar.