quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Imagine com Harry: A dor de não tê-lo (Parte 1)

A dor é algo essencial, mas você não pode baixar a cabeça e aceitá-la de bom grado.
E então Seunome correu para a rua. Ela não podia acreditar que isso realmente tinha acontecido. Harry. Harry estava dentro da casa. E ela estava pegando fogo. Ela ainda se lembrava da fumaça sufocando os seus pulmões. O calor infernal. Tudo rodando. As cinzas rodopiando pelo ar. Era o fim de tudo. Era o fim do mundo dela.

~ Você on ~


Tudo eram gritos. Dentro da minha cabeça eu apenas escutava gritos. O grito era ensurdecedor. 
Comecei a me perguntar de onde viria o grito até sentir a irritação na minha garganta que nada tinha haver com a fumaça, e percebi que eu mesma era a autora.
Eu continuava correndo aos tropeços pela rua escura enquanto alternava entre gritos de "Socorro" e outros que não faziam sentido, apenas carregados pela dor que eu sentia.
A dor que eu sentia por perder uma parte minha. Dentro daquela casa em chamas.
O que seria de mim sem Harry?
Logo comecei a escutar algo além da gritaria, parecia algo como uma sirene. Sim! Uma sirene de caminhão de bombeiros.
Parei a correria e o observei chegar até mim, quando um bombeiro desceu.
Bombeiro: A senhora está bem?
Apenas assenti tossindo.
Eu: Harry! - gritei. - Ele está dentro da casa! Salvem-o!
O bombeiro apenas assentiu. Com um gesto que não vi qual ele chamou uma enfermeira para junto a mim, e depois subiu no caminhou e seguiu em direção à casa em chamas.
Comecei a chora desesperadamente. E se não tivesse mais tempo para ele? E se não tivesse mais tempo para o Harry? E se agora ele não passasse de um pedaço orgânico carbonizado.
Enfermeira: Calma, vai ficar tudo bem. - Ela falava enquanto me conduzia até a ambulância que eu não fazia ideia de onde tinha brotado.
A sirene ainda tocava comigo lá dentro. A enfermeira me encaminhou até uma maca e, depois de muita relutância minha e por causa do choro, me ligou a um inalador.
Primeiramente senti uma ardência ainda maior em minha garganta em em meus pulmões, depois veio um alívio, finalmente conseguia respirar!
Mas enquanto a lucidez tomava conta da minha mente, a dor e a angústia em meu peito aumentavam.
E apenas uma coisa rodava em minha cabeça:
Harry, Harry, Harry.
Será que ele estava bem?
A imagem da casa em chamas, da nossa casa, em chamas voltava a assombrar minha mente. E logo um choro descontrolado voltava à minha mente. Eu torcia com todas as minhas forças apenas para que Harry estivesse bem.
Depois de um tempo indeterminado, eu não tinha mais noção de nada, a não ser da dor que me consumia, as portas da ambulância se abrem.
Eu não havia nem percebido que havíamos nos locomovido, mas o fizemos. Agora estávamos no hospital.
Tentei me levantar da maca, mas alguns enfermeiros me impediram.
Eu: Como está o Harry? - Eu gritava enquanto lutava para me soltar e as lágrimas rolavam em minha bochecha. Alguém arrumou o inalador de volta em mim.
Logo o que eu via era só claridade, depois um pique em meu braço.
Comecei a ficar tonta, mas não sabia exatamente pelo que, se pelos meus gritos, meu choro ou pelos meus pulmões que não conseguiam funcionar como deveriam, mas sei que depois a tontura foi aumentando e logo tudo escureceu.

Me acordei em um quarto de hospital. A luz incomodava os meus olhos.
Eu não fazia ideia do que eu estava fazendo ali ou como eu tinha parado ali.
Senti algo em meu nariz e percebi que era um aparelho que me ajudava a respirar. Fui movimentar meu braço direito para tocá-lo, mas senti uma dor aguda nele. Havia uma agulha cravada na dobra do antebraço. Provavelmente de um soro.
Me lembrei da vez que eu passei mal quando era pequena, provavelmente oito anos, e meus pais me levaram ao hospital. Os médicos disseram que eu ia precisar fazer um soro porque o meu organismo estava fraco. Naquela ocasião meu pai segurou a minha mão esquerda e minha mão acariciava os meus cabelos enquanto a enfermeira aplicava o soro. Me recordo de dizer que nem havia doído.
Mal acabo de ter essa lembrança e uma dor insuportável toma conta de minha cabeça.
Dou uma exclamação de dor e noto um enfermeiro seguindo em minha direção.
Então de pouco a pouco, enquanto ele termina o trajeto, me recordo do porquê de eu estar ali.
Eu: Como ele está? - Pergunto com a voz engasgada enquanto lágrimas já tapam a minha visão. - Como Harry está? - Gritei dessa vez enquanto tentava me levantar.
Enfermeiro: É bom a senhorita se manter deitada.
A palavra senhorita me deixou incomodada.
Eu era uma senhorita antes de conhecer Harry. Depois disso virei senhora, Senhora Styles.
Apenas balancei a cabeça em discordância.
Eu: Eu preciso saber como ele está.
Enfermeiro: A senhorita fica aqui enquanto eu vou me informar. Qual o nome dele?
Eu: Harry, Harry Styles.
Ele assentiu.
Enfermeiro: Você fica aqui, certo? Quietinha. Logo eu volto. - Ele disse com um sorriso.
Apenas assenti engolindo em seco. Me recostei novamente na cama.
Enquanto me recuperava do choque que as minhas lembranças haviam me causado, sentia uma ardência cada vez maior em meu braço esquerdo.
Resolvi olhá-lo e me espantei.
Havia um enorme curativo manchado tanto com sangue quanto com algo amarelado. Característico de uma queimadura grave.
Me lembrei de quando eu corria para a rua, enquanto tentava abrir a porta dos fundos. Provavelmente tinha sido nessa hora.
Engoli em seco e senti um nó em minha garganta.
E Harry?
Eu não tinha pensado em voltar. Eu sabia que não conseguiria salvá-lo sozinha. Saí em busca de ajuda, e bem, eu achei.
Mas começava a me arrepender. 
Se ao invés de seguir até a porta dos fundos eu tivesse subido as escadas e me encaminhado até o nosso quarto? Será que não estaríamos os dois juntos?
Se não nesse hospital, estaríamos pelo menos... no mesmo necrotério.
O nó na minha garganta aumentou, mas tentei parar com o meu choro desencabido. Eu precisava estar bem, até... até vê-lo novamente.
Comecei a imaginar que o enfermeiro estava demorando demais. Fazia mais de vinte minutos que ele havia saído para se informar sobre Harry.
Balancei a cabeça me recordando de que o hospital era enorme, esse era o provável motivo da demora.
Depois de quarenta minutos comecei a me preocupar. Por que o enfermeiro não voltava?
Pensei que poderia ser por causa de uma emergência.
Cinquenta minutos. Comecei a ficar preocupada pra valer, quando o enfermeiro passa pela porta com uma expressão totalmente diferente. O seu sorriso havia sumido.
Tentava me preparar para o pior, mas não conseguia. Harry não poderia ter morrido. Não haveria como existir um mundo sem Harry Styles.
Eu: Conseguiu descobrir alguma coisa? - Perguntei com uma voz esperançosa. Ele assentiu. - Ele está vivo?
Enfermeiro: Sim. Mas o quadro dele é grave.
O meu mundo parecia desabar sobre mim. Tudo sobre o que eu conseguia era me lembrar de seus olhos verdes e intensos, seu sorriso travesso... Uma dor tomou conta do meu coração.
Me lembrei do dia em que nos conhecemos... Da nossa primeira ficada, como rimos muito no dia seguinte enquanto dividíamos o nosso café da manhã... Do dia em que ele me pediu em namoro, umas duas semanas depois... Do dia quando me pediu em casamento, dois meses depois de estarmos namorando, de todos o chamarem de louco, mas de eu sentir o mesmo, nos amávamos muito, o que mais era necessário?
Do dia do nosso casamento, cinco meses depois, de quando... quando juramos amor eterno, por toda a vida...
As lágrimas voltaram com toda a intensidade. Eu não conseguiria viver se Harry, sem seus olhinhos verdes me encarando, seu sorriso malicioso que sempre me encarava quando estávamos a sós em casa, sem sua risada, seu toque...
Eu não viveria sem Harry Styles!

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