Não sei realmente aonde estávamos indo, mas não era para um lado que eu conhecia da cidade. Uma coisa sobre morar em uma das maiores cidades do mundo: não importa quanto tempo você more nela, você nunca vai a conhecer por inteiro.
Enfim entramos em um estabelecimento que parecia ser um bar, mas não era um daqueles bares mau encarados, onde se encontra bêbados sem noção e prostitutas quase sem roupas. Parecia mais um daqueles bares simples que serviam comidas caseiras e gordurosas com entretenimento que até crianças podiam frequentar.
Louis me puxou pelo braço e me levou para dentro do bar.
__Olá garoto! - Um senhor simpático atrás de um balcão disse.
__Oi Leopold! - Louis o cumprimentou.
Aquele não era um lugar muito comum em meus roteiros, era um bar! E o que eu fazia com um estranho dentro dele? Comecei a me dar por conta da situação. Mas meus pensamentos foram interrompidos por mais um puxão de Louis que me levou para mais dentro do bar, ao fundo, onde havia um pequeno espaço livre para o que parecia ser uma banda. Com pequenas caixas de som, microfone e instrumentos musicais.
__Talvez isso seja útil para você, foi mais ou menos assim que eu descobri o que eu queria ser. - Ele me disse sorrindo. - Depois de um expediente cansativo, em segredo, eu fazia isso.
Ele falou com um dos músicos, parecia ser o vocalista que assentiu e falou com o resto da banda. Louis pegou o microfone e começou a cantar uma música lenta e romântica. Para ser sincera, eu não conhecia esse lado de Louis Tomlinson. Um cara sensível? Romântico? Pois é, fui completamente pega de surpresa. Esse foi um lado que ele conseguiu esconder direitinho do mundo, ou que talvez o mundo não quisesse saber que existia... Mas quem não gostaria de ver esse lado das pessoas?
Eu sou do tipo de pessoa que gosta de observar bastante, mais do que participar da cena, por isso fiquei um pouco mais que um pouco nervosa quando o Louis me puxou pelo braço e me levou a ser o centro das atenções junto com ele no "palco".
__ Me acompanha. - Ele disse baixo quando deu uma pausa na letra da música.
Acompanhar como? Eu não conhecia aquela música, mas esse era o menor dos meus problemas. Eu não sei cantar! Sou um pavor!
Fiquei apenas me embalando no ritmo da música tentando disfarçar ao lado de um louco, um loyco que talvez ate se parecesse comigo e pudesse dar um bom amigo... A diferença é que eu só sou louca com quem eu conheço e ele é com qualquer um...
Finalmente a música acabou e um enorme alívio me invadiu assim que pude sair dali.
__ Tudo bem? O que achou? - Ele me perguntou.
__ Nada bem e eu não sirvo pra ser cantora. - Falei e ele começou a rir.
__ É, eu acho que não... Mas assim fica difícil de descobrir. - Ele falou.
__ Como assim? - Perguntei confusa.
__ Você não faz ideia do que ser! - Ele falou.
__ É, não faço... esse é o meu grande problema.
__ Tô vendo. - Ele disse e olhou sério pra mim. Eu podia jurar que ele estava se segurando para não cair na gargalhada.
A banda começou a tocar.
__ Então, cantora não... o que mais não? Para riscar da lista. -Ele perguntou.
__ Pode colocar na lista: qualquer tipo de médica. qualquer tipo de enfermeira, advogada, veterinária e agricultora. - Falei e ele começou a rir.
__ Isso é realmente um grande passo. Você não sabe o que fazer, mas pelo menos sabe o que não fazer.
Agora eu ri.
Então Louis e eu fomos até o balcão, ele pediu uma bebida e perguntou se eu queria também. Respondi não.
Ele bebeu só um pouquinho e logo nós já estávamos fora do bar. A chuva tinha parado.
__ Então, e agora? - Ele me perguntou.
__ Agora o que? - Perguntei.
__ Seremos amigos de um dia, e esqueceremos ou lembraremos que o outro existe, ou continuamos nos falando?
__ Mesmo que você fosse meu amigo de só um dia, ainda seria meu único amigo. - Falei.
Ele riu.
__ Você não é muito popular, não é?
__ Nem um pouco. - Respondi. E nós dois começamos a rir. Na verdade, aquilo não era um motivo para rir, na percepção de qualquer pessoa sã, era motivo de chorar. Mas eu e o meu "novo amigo", não ligávamos para isso. Na verdade, acho que ríamos por qualquer besteira, não éramos nem um pouco depressivos.
__ Ótimo, você tem boa memória?
__ Depende, pra que? - Perguntei.
__ Pra se lembrar do meu número de telefone, eu não tenho papel nem caneta. - Começamos a rir de novo, como dois imbecis, o que eu estava começando a acreditar que éramos mesmo.
__ Então, não seremos amigos só de uma noite?
__ Não mesmo! Eu nunca deixaria uma amiga como você passar por mim e ir embora. Você realmente não acreditou nessa besteira, né?
__ Na verdade, meu cérebro nem raciocina mais nessa altura do campeonato. - Ele riu e nós continuamos caminhando.
__ Eu provavelmente seria garçom hoje se eu não tivesse participado do The X Factor. - Era nisso que a nossa conversa já estava depois de minutos de caminhada.
__ Sério? - Perguntei.
__ Claro. - Ele me respondeu.
__ E você não iria fazer faculdade?
__ Talvez... é um futuro com que eu não preciso mais me preocupar, não vai fazer diferença mais. - Ele me respondeu.
__ Talvez faça. - Falei. - Quem sabe alguém um dia descobre a máquina do tempo e volta no passado? Desfaz o que aconteceu e você tenha que seguir outro caminho? - Perguntei como se fosse uma coisa normal, o que não deu pra disfarçar a idiotice da minha pergunta.
Louis começou a rir e não parou de rir depois de dizer:
__ Você é pirada!
Não me ofendi com aquilo, não sei por que. Talvez porque meu cérebro realmente não estava raciocinado direito.
__ Mas eu gosto de você desse jeito. - Ele disse sorrindo.
Tentei quebrar o clima, provavelmente imaginário, mas tudo bem, que havia se formado ali.
__ Tenho que ir pra casa! - Falei.
__ Já? - Ele me perguntou se desanimando. Ele estava se desanimando por minha causa, por eu estar indo embora agora? Não sei se eu achava isso fofo ou se eu saía correndo.
Decidi ignorar o fato.
__ Eu te acompanho até a sua casa. - Ele me disse.
Sorri e fomos andando. Ele me disse o número de telefone dele e eu fui tentando decorar, ele me ajudou.
Chegamos em frente à minha casa.
__ É aqui. - Falei parando.
Ele olhou dentro dos meus olhos. Ele ia... se aproximando?
__ Tchau. - Falei me afastando. - Te ligo! - Falei rindo.
__ Tchau. - Ele disse e riu se graça.
Entrei dentro de casa e...
__ Seunome! Onde você se meteu? - Era o meu pai...
__ Eu fui caminhar. - Falei.
__ Você sabe que já são mais de quatro da manhã? Eu fiquei preocupada! - Era a minha mãe.
__ Desculpe! - Me defendi. Essa não era a primeira vez que eu fazia isso, então isso explicava o fato de eles ainda não terem chamado a polícia. Mas não explicava o fato de eles estarem tão preocupados...
__ Você tem ideia de como eu e sei pai estamos? Podia ter acontecido qualquer coisa com você! - Minha mãe de novo.
__ Desculpe, mas eu precisava pensar! - Disse não me controlando.
__ Pensar? Você não pode fazer isso dentro de casa? No seu quarto? Durante o dia? - Minha mãe me perguntou praticamente implorando, beirando as lágrimas.
__ Está de castigo Seunome! Sem sair à noite, sem sair de dia. - Meu pai gritou.
__ Eu já tenho dezessete anos! - Protestei alto.
__ Da casa pra escola, da escola pra casa! Entendeu? - Ele gritou de novo.
Suspirei e desisti... outra hora eu o convencia.
__ Sim. - Falei baixo e fui pro meu quarto.
Ao entrar tranquei a porta e fui direto pra janela do meu quarto.
Você deve estar pensando: "Seunome, você é uma idiota! Ele ia te beijar!". Pelo menos é o que eu estou pensando. Eu sou uma idiota! Ele ia me beijar! Mas fazer o que? É meio que instinto evasivo, eu tenho... medo de me relacionar, de relacionamentos... nem amigos eu tenho! Minha vida é deplorável! Mas o Louis... Por que eu fugi dele? Talvez porque eu não o conhecesse bem?
Peguei um pedaço de papel e um lápis. Anotei o número dele.
Fui me deitar pensando na completa idiota que eu era. Tinha dezessete anos, nenhum amigo, talvez um... mas não tinha vida social, não sabia o que ia fazer da minha vida daqui pra frente. Meus pais ainda me mandavam como se eu tivesse cinco anos de idade e ainda estava de castigo. Meu espírito podia ser livre... mas o meu corpo, o meu corpo estava preso aos mandas e desmandas dos meus pais. Minha mente podia viajar por milhares de lugares, mas a minha cabeça estava presa naquela dura realidade de não ser livre... Eu tinha provado algumas gotinhas de liberdade essa noite, e foram as melhores gotinhas que eu já provei na vida... O problema é que não iam existir mais...
Continua..._______________________________________
Meninas, espero que estejam gostando. Desculpa estar com um clima depressivo e desculpa os furos de realidade e ficção tudo misturado. Eu quis fazer o meu melhor, acho que a fic podia estar melhor sim, mas não seria o meu nível...
Então comentem... Please...
Eu sei que esse capítulo também ficou pequeno. Mas o próximo vai ser maior, prometo...
aaameiiiiiiiiiiiiii
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